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Bomba para desarmar - Grupo A Hora Bomba para desarmar

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Bomba para desarmar

Quando o governo anterior de Lajeado construiu o projeto Residencial Novo Tempo, no bairro Santo Antônio, a coluna fez críticas e alertou para os riscos deste tipo de edificação concentrada em bairro carente. Invocou exemplos de outras cidades no estado e país, para chamar atenção dos problemas vindouros.
 
Na época, o então prefeito Luís Fernando Schmidt (PT) e, vários de seus assessores, não quiseram admitir o erro e rechaçaram o posicionamento.
 
Hoje, menos de cinco anos depois, a obra entregue à comunidade mostra números que falam por si. Segundo dados da Caixa Econômica Federal, informados ao município de Lajeado, o Residencial Novo Tempo I registra mais da metade dos 288 apartamentos em situação irregular.
 
A suspeita – que é o fato -, são as ocupações irregulares. Literalmente, outras forças tomaram o espaço que era para ser de famílias pobres, muitas delas oriundas de bairros vizinhos. O sonho de um novo tempo se transformou num velho pesadelo, que forçou muitos a abandonarem o local.
 
Passou o tempo de criticar os erros do ex-prefeito, mas alguns equívocos não podemos esquecer sob pena de repeti-los. É necessário mantê-los na memória.
 
Quando gestores públicos são rompantes e tomam decisões baseadas em demasia na preocupação eleitoral, este tipo de aberração acontece. Maus exemplos não faltam no Brasil, e agora temos um bem complicado em Lajeado para resolver.
Quando visitaram o jornal A Hora, na campanha de 2018, fiz um apelo aos candidatos, Marcelo Caumo (PP) e Márcia Scherer (MDB). Pedi que não repetissem o modelo do Residencial Novo Tempo, caso eleitos. Ambos concordaram.
 
E aqui pretendo me apegar a dois aspectos: o primeiro é quanto ao esforço que o executivo terá de fazer para amparar estas famílias remanescentes no local. Não dá para fechar os olhos, um momento sequer. O segundo aspecto é com relação às novas moradias populares que este ou outros governos forem implementar na cidade.
Não é preciso ser especialista em urbanização ou segurança pública para saber que a concentração de pobreza não provoca evolução. Gera mais problemas no entorno.
 
Do contrário, prédios populares distribuídos em bairros diferentes geram inserção social. Permite que filhos de famílias mais carentes convivam com crianças e jovens de outras classes, de modo que o ambiente crie um ecossistema educacional e social favorável para ambos. Estes meninos e meninas – mesmo pobres – crescem em meio a outras crianças e acabam absorvidos por modelos mentais mais vencedores, diferente daquelas que, muitas vezes, ficam às margens das oportunidades.
 
O bairro Santo Antônio tem muito mais trabalhadores e pessoas bem intencionadas do que o contrário. Mas já não suporta receber passivos sociais, como há poucos dias, os papeleiros. A comunidade clama faz horas.
 
Não é fácil, mas o executivo de Lajeado precisa olhar para o bairro Santo Antônio e arredores com estratégia e inteligência. Sob pena de comprometer a ideia de “cidade do futuro” que o movimento Pro_Move Lajeado tenta implementar.
Não existe esta história de “nós aqui e eles lá”. Somos todos de Lajeado e a distância entre cá e lá é de alguns poucos minutos. É bom não esquecer.
 

Pacto pela Paz

Ação importante começa a ser desenvolvida por uma empresa contratada pela prefeitura lajeadense, para amenizar a violência. O Instituto Cidade Segura – com experiências em várias cidades brasileiras, entre elas Pelotas – começa a trabalhar com as forças vivas de Lajeado no sentido de enfrentar a mazela social crescente.
 
Como bem levantou, na quarta-feira, a delegada Márcia Scherer, a ação precisa focar na origem e permear a educação. “Estamos enxugando gelo” disse a delegada, que responde pela Delegacia da Mulher e atua muito nas periferias da cidade.
Vários outros líderes comunitários e políticos corroboram desta opinião.
 

Oscar aos professores

O Vale do Taquari conhecerá no dia 13 de março, a partir das 14h, os vencedores do projeto PENSE. Idealizado pelo Grupo A Hora, o programa premiará educadores, alunos e escolas com viagens internacionais, treinamentos sobre relações humanas, intercâmbios e dinheiro. Por meio do fundo Assinante Solidário, A Hora e as empresas parceiras reconhecerão os mestres. O evento inédito será aberto ao público e ocorre no Teatro da Univates, com palestras do neurolinguista, Dr. Nelson Spritzer, e do ator e professor, Werner Schünemann, padrinho do projeto.
 

Terceira via na política

O ex-vereador e advogado, Daniel Fontana, se assanha para concorrer a prefeito em Lajeado. A articulação é de um grupo de dissidentes da oposição e situação. A leitura é de que o PP e o PMDB – a persistirem os prováveis nomes em evidência: Marcelo Caumo e Carlos Ranzi – disputariam o mesmo curral eleitoral conservador, sobrando espaço para uma terceira frente que, por sua vez, focaria no eleitorado mais pobre.
 
Conjecturas e negociações aparte, tem muita água para rolar por debaixo desta ponte. A política ficou dinâmica. O fenômeno Bolsonaro e sua cria de maluquetes é o exemplo.
 

Pro_Move Lajeado é uma oportunidade

O movimento de inovação e empreendedorismo deve voltar os olhos também aos bairros pobres. Uma das premissas deste tipo de ações é, justamente, criar um ecossistema para que jovens menos favorecidos possam encontrar novos espaços. Lajeado precisa “se olhar por inteiro”, pensar em empreendedorismo abrangente.
 
O legado de nossos antepassados é o modelo de inserção e aglutinação ideal para construir a cidade que desejamos.
É vital que cada cidadão – indiferente de classe ou idade – participe e leve a sério este movimento por uma Lajeado desenvolvida para as atuais e futuras gerações.
 
E sinto que há uma sinergia no ar. Oposição, situação e sociedade parecem estar encontrando um caminho de resiliência e maturidade, ao menos, neste movimento.

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