Como de praxe, o fiscal Ilton Hermann, que trabalha faz 11 anos na prefeitura, chegou cedo à Secretaria Municipal da Fazenda, na rua Treze de Maio. Faltavam cinco minutos para as 8h da manhã.
Na rotina, primeiro ligou alguns computadores e, enquanto eles iniciavam, abriu as janelas do prédio. Até aí, nada de diferente. Ao cumprimentar a colega Claci Appel, também fiscal, de volta das férias, Ilton percebeu que havia um projétil de bala .40 no chão.
“Achei muito estranho. Olhei ao redor, não imaginei de onde poderia ter vindo a bala. Mas daí quando olhei para cima, vi que havia um furo e que era possível ver nele o feixe de luz do sol”, conta.
Intrigados com a cena atípica, os funcionários da pasta decidiram chamar a Polícia Civil para investigar o caso.
“Acho que alguém deve ter atirado para cima para assustar uma pessoa e o projétil acabou caindo no nosso prédio”, sugere Ilton.
“Trabalhamos com fiscalização. Muitas pessoas não gostam de nosso trabalho. Não descartamos nenhuma hipótese, embora a gente acredite que foi uma coincidência. Alguém deve ter atirado com uma arma longe daqui e acabou caindo no prédio da secretaria”, pondera Claci.
O telhado do prédio onde funciona o setor de fiscalização foi alugado pelo governo faz três anos. A bala, ao que tudo indica, veio de cima para baixo. Furou o telhado de zinco, passou pelo forro e parou no chão – sem danificar o piso da sala.
“Parece que o projétil chegou com pouca velocidade no chão. Acho que não tem nenhuma ligação com alguém mandando recados para um de nós”, conta a coordenadora Jéssica Motta.
Entre muitas hipóteses levantadas por funcionários da pasta, o secretário Henrique Lagemann enfatiza o risco do ocorrido.
“A origem do que aconteceu é grave. Este projétil poderia ter atingido alguém. Somos 40 pessoas trabalhando no setor de fiscalização”, diz.
Tanto a Polícia Civil quanto a Brigada Militar não registraram nenhuma ocorrência de disparo de arma de fogo no decorrer desse fim de semana.
Para o delegado José Romaci Reis, nenhuma hipótese é descartada.
“Deve ter havido um disparo de arma de fogo. Pode ter vindo tanto de um criminoso quanto de um brigadiano. Estamos investigando o caso”, resume.
CRISTIANO DUARTE – cristiano@jornalahora.inf.br