Após anos sob responsabilidade do governo federal, a BR-386 volta às mãos da iniciativa privada oficialmente hoje. Esgotada e mal cuidada, uma das principais rodovias gaúchas não podia continuar ignorada.
Os acidentes fatais se repetem ano a ano. Este 2019 começou com quatro mortes em colisão entre um carro e um caminhão, na subida da serra em direção a Progresso. A saturação da BR fica mais evidente neste período de férias.
Dois fatores preponderam diante da situação. O primeiro – e muito bem destacado na edição da revista Tudo que circulou no fim deste ano – diz respeito à dependência quase totalitária do Brasil em relação às rodovias. Quando o movimento aumenta, percebe-se quanto a falta de um planejamento para explorar rodovias e ferrovias custa caro para a mobilidade do país.
O segundo refere-se à necessidade urgente de duplicação da rodovia. Levantamentos recentes feitos por este A Hora mostram que o número de acidentes fatais no trecho recém duplicado, entre Lajeado e Canoas, reduziu drasticamente depois que a obra foi concluída.
Por outro lado, no trecho em direção a Marques de Souza e demais municípios que formam a serra, os números de fatalidades não param de aumentar. A privatização da rodovia, junto com o plano de obras para todos os 400 quilômetros da BR-386, de Canoas até Iraí, no norte gaúcho, surge como alento diante das tragédias.
Nenhuma outra obra viária é tão relevante e fundamental para o Vale do Taquari neste momento. As rodovias estaduais também apresentam saturação acima do desejável, mas na BR, a situação já passou do limite. A região precisa se manter vigilante e atenta ao cumprimento das promessas estabelecidas no plano de concessão da rodovia.
O custo para repassar a rodovia à inciativa privada será pago pelo contribuinte, mediante taxas de pedágios que serão instalados ao longo da BR. Os congestionamentos, repetidos acidentes com mortes e o tempo perdido em filas quilométricas reforçam a importância de seguir a duplicação da rodovia a partir de Lajeado.
Tudo está no plano e no papel da CCR Via Sul que assume a BR hoje. Cabe a todos os gaúchos, especialmente representantes daqueles municípios margeados pela BR-386, fiscalizar e exigir o integral cumprimento dos projetos, a fim de viabilizar obras o quanto antes e diminuir os impactos decorrentes de uma estrada esgotada.
Editorial
BR nas mãos da CCR Via Sul
Após anos sob responsabilidade do governo federal, a BR-386 volta às mãos da iniciativa privada oficialmente hoje. Esgotada e mal cuidada, uma das principais rodovias gaúchas não podia continuar ignorada. Os acidentes fatais se repetem ano a ano. Este 2019…