A escadaria que liga as ruas Duque de Caxias e Pedro Albino Müller, no bairro Florestal, será transformada em sala de cinema no dia 24. Essa é a data da primeira sessão ao ar livre promovida por entidades ligadas à cultura, como forma de ocupação dos espaços públicos.
A ação é iniciativa do Coletivo Rola Rolê, do Sesc Lajeado e do Clube de Cinema do Vale do Taquari. Segundo a agente de cultura do Sesc, Claudine Becker, além de proporcionar uma experiência cultural diferente e gratuita à comunidade, a intenção é propagar também a história da cidade. “Muitas pessoas moram ali e nem sabem porque existe a escadaria”. Uma das organizadoras, formada em História, irá falar sobre aquela parte da cidade.
Claudine explica que nenhuma rua será fechada. A ideia é que cada espectador leve uma cadeira ou almofada, já que os degraus podem servir como assentos. O filme será escolhido entre o acervo com 250 títulos da cinemateca do Sesc. A seleção se dará nos próximos dias, por voto popular, via redes sociais – no evento “CINE RUA #1. Sessão na Escadaria do bairro Florestal”, no Facebook.
Unidos pela cultura
A sessão de cinema de rua é um dos projetos do coletivo Rola Rolê. Criado no ano passado, o grupo é encabeçado por quatro amigos; entre eles, a designer Marina Helena Müller, 23. Ela conta que perceberam que até existiam ações culturais na região, mas não havia um canal que reunisse as informações acerca dos eventos. “Às vezes, a gente ficava sabendo de alguma coisa só depois que já tinha acontecido. ”
Por meio de perfis no Facebook e no Instagram, o quarteto divulga, todas as segundas-feiras, um resumo da agenda daquela semana aos seguidores. Contudo, o grupo sentiu a necessidade de também promover algumas ações.
A primeira começou em novembro do ano passado, com o Pedal da Deriva. Todas as quartas-feiras, às 20h, eles se reúnem na Avenida Piraí, próximo da Unimed, para pedalar pela cidade. O objetivo é desbravar alguns pontos menos conhecidos, além de estimular o uso da bicicleta como meio de transporte. “Já fomos até para Estrela, mas não precisa ser profissional para participar. É para ser uma coisa mais leve”, comenta.
Também integram o coletivo: a jornalista Rafaela Johann e os designers Josué Delazeri Jung e Felipe Johann.
Como trabalho de TCC, Marina ainda propôs uma intervenção na área conhecida como “Valão” (na área central de Lajeado). A ação consiste na pintura da parte de concreto que cobre o Arroio Engenho, e já foi discutida com a prefeitura. Agora, a missão é arrecadar tinta, já que a mão de obra seria voluntária, de artistas locais. “É para dar destaque que ali passa um arroio”, comenta.
Inclusão
Instituições de atendimento a públicos com deficiência visual ou auditiva podem contatar o Sesc Lajeado. Dos 250 filmes do acervo, 36 têm tradução em libras e legenda audiodescritiva. Escolas e grupos podem contatar o Sesc e agendar sessões na própria entidade. Mais informações pelo 3714.2266.
GESIELE LORDES – gesiele@jornalahora.inf.br
