Quem também viveu em outras décadas sabe muito bem disso: não se faz mais calças jeans como antigamente. E o mesmo vale para malhas, peças de lycra e algodão. Assim como tudo o que é produzido hoje, as roupas atuais têm prazo de validade enquanto que as produzidas trinta anos atrás ainda estão em ótimo estado. Quem nos dera que a aquela nossa calça favorita durasse por muitos e muitos anos, não é mesmo?
Partindo dessa ideia é que nasceu o Brechó Espaço Vintage, de Lajeado. Recheado com roupas cheirosas, duráveis e muito estilosas, o novo local inaugurado no final de janeiro atrai famílias inteiras para compras personalizadas, afinal, cada peça foi escolhida a dedo pela proprietária e curadora do empreendimento Karine Portz. “Com o passar do tempo, fui apurando a percepção pelo gosto dos clientes. Vou às compras em Santa Catarina pensando no que cada um se identificaria”, revela.
Assessorada pelo amigo Guilherme Augusto Guterres, Karine viu sua loja de um cômodo crescer quando se inseriu de cabeça nas redes sociais. “O Gui me ajuda a montar os looks, fotografa e posta tudo. Tem muitas peças maravilhosas que só precisam ser combinadas da maneira certa para que desperte o interesse das pessoas”, explica.
Para Guilherme, o novo espaço do brechó foi uma conquista. “Todos os detalhes foram pensados um a um por cada um dos envolvidos. Cada enfeite nós que colocamos, tanto que já disse para a Karine que a minha vontade era de morar neste novo espaço”, brinca.
Atendendo com horários diferenciados, Karine explica que a sua loja não tem a mesma vibe que o comércio como um todo. A escolha de permanecer no bairro São Cristóvão foi outro diferencial e destaque do negócio. “Aqui as pessoas podem vir, sentar tomar um chimarrão e conversar sem aquele compromisso de ‘se entrou é porque precisa comprar’, sabe? O ritmo do brechó é diferente”, diz. Os atendimentos começam na quinta e sexta-feira com horário marcado e se estendem no sábado com atendimento aberto ao público e, uma vez por mês, no domingo à tarde.
Espaço de todos
Além da decoração e cheirinhos cativantes, o brechó possui uma área externa nos fundos da casa, onde serão promovidos eventos para incentivar artesãos, músicos e pequenos empreendedores locais. “Queremos abrir a casa para as pessoas, fazer um ambiente amigável para todos curtirem”, conta Karine.
Achados incríveis
Organizado por setores, não é raro encontrar peças dos anos 1980 ainda com a etiqueta original de fábrica. “Tem roupas novas e outras que aparentam ser novas. Quase toda a coleção tem a qualidade de antigamente, mas com um preço bem amigo”, explica.
Entre jaquetas, coletes, camisas, macacões, saias e calças, encontra-se muita liberdade para vestir o confortável. “Hoje as tendências dão toques no visual, mas cada um define sozinho qual é o próprio estilo”, complementa Cláudia Nice Bach, cliente da loja e modelo do editorial desta matéria. Assim como Cláudia, a também modelo e cliente Bianca Girelli conta que logo se apaixonou pelo conforto da moda vintage. “Depois que coloquei uma cintura alta, não usei mais outra coisa”, brinca.
Brechó vintage
Segundo o dicionário Houaiss, a palavra vintage se refere à idade do vinho, o que vem em encontro àquela antiga expressão que diz que quanto mais velho o vinho, melhor ele fica. Aproveitando este conceito para moda e estilo, pode-se logo entender qual é a sacada, certo? Outro ponto alto de ir às compras em um brechó é que você evita que se fabrique mais peças de roupas, já que para se fazer uma calça jeans, por exemplo, são gastos em média onze mil litros de água, envolvendo todo o processo desde a plantação do algodão até a manufatura e entrega. Já pensou em reduzir?
