Depois de ficar dois dias sem o remédio contra a diabetes no Posto de Saúde Central, o aposentado Valdair Pereira, 76, teve de recorrer a compra do remédio em uma farmácia.
“É um absurdo. Preciso do medicamento. Gastei mais de R$ 100. Tomo duas doses por dia. Diabetes é coisa séria”, reclama. Além disso, o idoso também é usuário de Omeoprazol, para o estômago, que também está em falta da unidade.
Outro diabético que não encontrou a Metformina (remédio para a doença) no Posto Central foi o aposentado Moeri Weber, 69.
“Volta e meia falta. Aqui em Estrela a gente tem que cuidar para não ficar doente. Porque se depender do governo é sempre a mesma coisa”, conta.
Já para a aposentada Cléria Terezinha, 66, o remédio que toma diariamente contra a tireoide, a tiroxina, até tem na unidade. Porém, apenas em uma dosagem que é o dobro do que precisa tomar.
“O Posto só tem o de 50 miligramas. Eu preciso do de 25. Peguei porque preciso, mas quando vou dividir ao meio para tomar, nunca fica exatamente na metade. Não faz bem para a saúde tomar deste jeito”, conta.
Com a lista de remédios em mãos, o aposentado Pompílio Lima, 74, verificava quais dosagens havia conseguido no posto. Acenando negativamente com a cabeça, o idoso lamenta a situação do atendimento no município.
“Conforme chega a idade, é normal que as pessoas fiquem doentes com mais facilidade. Mas parece que aqui em Estrela eles não entendem isso”, lamenta.
Burocracia
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o problema de falta de remédios no Posto Central ocorre por uma série de motivos. Em dezembro, segundo a pasta, os laboratórios responsáveis pelo envio de medicamentos tiram férias – o que acaba causando atrasos quando chega janeiro.
Ainda segundo a secretária, a ausência dos medicamentos ocorre mais por uma falha do Estado do que do município.
Porém, a pasta afirma que os medicamentos já foram comprados. No entanto, a burocracia do governo estadual para a entrega dos remédios atrasa ainda mais.
A previsão é de que o serviço seja normalizado na cidade até março.
Novo governo
Na semana passada, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, anunciou que o medicamento anti-inflamatório Azatioprina deve ser reposto em dez dias. Além disso, ela informou que o remédio está em falta devido a um incêndio no laboratório do fabricante, ocorrido em outubro de 2018.
Sobre os demais medicamentos em falta, a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) afirma que recentemente foram recebidos alguns remédios e suplementos alimentares que estavam em falta.
Sobre o atraso dos medicamentos, como o anticoncepcional, o CRS salienta que fez uma consulta para mais informações, mas ainda não recebeu retorno.