Em decisão liminar expedida ontem, 31, o Tribunal de Justiça atendeu o pedido de habeas corpus pela soltura do dentista Carlos Alberto Weber Patussi, 52. Preso desde o dia 23 de janeiro, ele é apontado pela Polícia Civil como autor da morte e da ocultação do corpo do gerente da Cooperativa Sicredi, Jacir Potrich, 55, que está desaparecido desde o dia 13 de novembro.
Honório Gonçalves, desembargador-relator do processo que tramita na 1ª Câmara Criminal de Justiça, entendeu como desnecessária a manutenção da prisão do suspeito por não haver risco de que ele influencie na investigação.
O advogado Paulo Olimpio, responsável pela defesa de Patussi, juntou cópias do inquérito da Polícia Civil e da decisão da juíza que determinou a prisão temporária de seu cliente. Ele pediu que a prisão temporária se encerrasse no quinto dia. O dentista ficou preso temporariamente por oito dias.
“A decisão pedia prisão temporária por 30 dias. O normal seria 5 dias. É desnecessária manter o meu cliente preso. Carlos Patussi estava em liberdade há 60 dias e não atrapalhou a investigação em nenhum momento”, explica o advogado Paulo Olimpio.
Para o delegado Guilherme Pacífico, o pedido de habeas corpus que libertou Patussi trata-se de uma ferramenta jurídica que cabe a defesa.
“Eu preferiria a figura de Patussi presa para continuar as investigações. Não há duvidas para a Polícia Civil de que ele seja o autor do assassinato de Potrich”.
Convidado faz 20 dias para assumir a função de subsecretário de Integração Institucional da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, no Sudeste do país, seu Estado de origem, o delegado Guilherme Pacífico aceitou o cargo ontem e o caso de Potrich passará a ser investigado pelo delgado Márcio Marodin.
“Marodin esteve ao meu lado durante toda a investigação. É conhecedor de todo o caso Potrich. Iremos concluir o inquérito dentro do prazo de 30 dias concedido pela Justiça. Depois disso, será entregue ao Ministério Público”, afirma o delegado.
Ao contrário da certeza da Polícia Civil sobre a autoria do crime, o advogado de Patussi afirma que o cliente é inocente.
O jurista afirma que a família Patussi está ainda muito abalada com o desdobramento do caso.
“Meu cliente é pai de um casal de jovens. O menino e a menina passaram em primeiro lugar nos vestibulares de engenharia. É uma família muito bonita que não merecia estar passando por este constrangimento”.
Nesta semana, a esposa do dentista suspeito prestou depoimento por mais de duas horas à Polícia Civil. Ela afirmou que não viu ou ouviu nada suspeito no condomínio em Anta Gorda, último local em que Potrich foi visto.
Relembre o caso:
•13 de novembro de 2018: Jacir Potrich desaparece do condomínio onde morava depois de uma pescaria.
•21 de novembro de 2018: a família de Potrich oferece R$ 50 mil por informações cocretas sobre a localização de Jacir.
•23 de janeiro de 2019: Carlos Weber Patussi, amigo e vizinho da vítima, foi preso temporariamente suspeito de matar e ocultar o corpo de Jacir Potrich.
•30 de janeiro de 2019: A defesa de Patussi pede habeas corpus alegando que não há como afirmar que houve o crime, pois não há evidências sobre o corpo de Potrich.
•31 de janeiro de 2019: O Tribunal de Justiça atendeu o pedido de habeas corpus pela soltura do dentista Carlos Alberto Weber Patussi.
CRISTIANO DUARTE – cristiano@jornalahora.inf.br