Pensar grande é sonhar alto. É inovar. E o prefeito de Estrela, Carlos Rafael Mallmann, acerta em cheio ao sinalizar para um grande projeto de ciclovia intermunicipal. A ideia, já debatida faz bastante tempo nos bastidores, é construir uma pista para ciclistas interligada com os municípios vizinhos, Colinas e Imigrante. O desafio lançado aos respectivos gestores soma mais de 30 quilômetros. Grandioso, mas viável. Por que não sonhar com a “a maior ciclovia do Brasil”?
Após uma rápida pesquisa, não encontrei exemplo de ciclovia única com tamanha quilometragem no país. Há, sim, cidades com malhas cicloviárias muito mais extensas. Brasília, por exemplo, possui cerca de 420 quilômetros dentro da área urbana. Rio de Janeiro outros 240. Até Lajeado, anos atrás, possuía algo em torno de 20, mesmo que de forma atarantada.
Mas o projeto de interligar três cidades em uma pista única de 30 quilômetros me parece único no país. E viável, reforço. Mas não pode, de forma alguma, cair apenas sobre o colo das administrações municipais. É preciso a participação de todos. Governos municipais, empresas, sociedade civil e, obviamente, a nossa Univates.
O poder público precisa trabalhar a área política. Debater com o Estado as reservas necessárias para a utilização da faixa de domínio da rodovia, bem como tratar de possíveis desapropriações de áreas lindeiras. Mesmo que tais desapropriações sejam minimamente necessárias. Será preciso investir recursos, é claro. Mas a projeção de retorno financeiro, de qualidade de vida e de segurança viária deve e precisa compensar este investimento.
Às empresas cabe gastar de forma inteligente. Quem trafega ou pedala pela ERS-129 sabe do que eu estou falando. São centenas de ciclistas que desafiam os riscos naquela rodovia todos os meses pelo prazer de passear pelo nosso Vale encantador. O trajeto é singular. É uma galinha de ovos de ouro para o nosso turismo regional. E quem não gostaria de ver sua marca ligada a este grandioso e inovador projeto?
Simples. É preciso concreto para fortalecer a pista. É necessária tinta para sinalizar e embelezar a pista. E também é imperiosa a instalação de uma mureta para garantir segurança aos ciclistas e turistas, que hoje arriscam a própria vida – e também colocam em risco os motoristas – pedalando em uma rodovia sem acostamento. Vamos lá! Quem se habilita a ceder o material em troca da publicidade da marca ao longo desses 30 quilômetros? Quem se habilita a inovar e salvar vidas?
Mais simples ainda é encontrar, dentro da nossa universidade, profissionais e até alunos capacitados para a produção dos projetos arquitetônicos e urbanísticos da “maior ciclovia do Brasil”. Quem não gostaria de lacrar seu nome na história por tal ato de voluntarismo? Quem não gostaria de ver seu nome em uma placa de bronze instalada no início e no fim do trajeto, tal como na famosa High Line, em Nova Iorque? Qual empresa de engenharia ficaria de fora desse grandioso projeto?
Por fim, o projeto precisa envolver as comunidades. Venda de artesanato, de produtos coloniais, abertura de novos comércios, restaurantes, bares, de hostels, pousadas e até mesmo aluguel de bicicletas são apenas alguns empreendimentos que tendem a surgir com a “maior ciclovia do Brasil”. Tudo conectado com a tecnologia, como manda o figurino.
Vamos lá?
Insegurança persiste
Quatro meninas da tribo caingangue de Estrela morreram em 2015. E a insegurança nas paradas e abrigos de ônibus nas rodovias do Vale do Taquari persiste e, gradativamente, a situação piora. Daer e Dnit cruzam os braços e repassam toda a responsabilidade para os governos municipais. Justo? Não sei. Mas se é assim que está posto, cabe aos responsáveis resolver o grave problema. Da forma que está, qualquer roda perdida ainda pode matar muitas pessoas. Quem se habilita a inovar na solução?
Transporte público
É lamentável que ainda estejamos debatendo o processo licitatório do transporte público municipal de Lajeado. Em 2007, há 12 anos, foi lançado o primeiro edital, que foi posteriormente trancado pela Justiça. Em 2015, nova concorrência, também trancada pela justiça local. Passados quase quatro anos desde a última tentativa e ainda estamos ouvindo promessas. Enquanto isso, o número de passageiros diminui, os serviços pioram e o número de veículos trafegando só com o motorista segue afogando nosso trânsito.
Tiro Curto
– A reclamação sobre as condições da Cascata Santa Rita, em Estrela, é grande. Em abril de 2017 foi assinado termo de concessão e uma empresa passou a ser responsável pela reforma e manutenção do local. A expectativa, na época, era reabrir o espaço ainda em 2018;
– O Major Fabiano Dorneles, que mora em Arroio do Meio a aproximadamente 20 anos e por algum tempo esteve à frente do 22º BPM, assumiu a direção da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas;
– Em Nova Bréscia, o MP abriu inquérito para investigar possível ato de improbidade administrativa na realização de concurso público e processo seletivo de novos funcionários;
– A vereadora de Lajeado Mariela Portz (PSDB) está decidida a trocar a câmara lajeadense pelo gabinete do governador, Eduardo Leite;
– Um churrasco realizado nessa terça-feira na casa do prefeito de Teutônia, Jonatan Brönstrup (PSDB) reuniu líderes tucanos na região. Na pauta, as indicações para Sine, Daer, CRE e CRS. No entanto, o consenso regional é pela extinção das coordenadorias;
– Tal como fizeram – e vaiaram – os médicos cubanos, parte da população consegue encontrar formas de criticar a ajuda do exército de Israel nos resgates em Brumadinhos (MG). É dose pra cavalo essa tal “polarização”;
– No Senado, projeto do deputado federal gaúcho Pompeo de Mattos (PDT-RS) que eleva o “Rodeio Crioulo” e as expressões culturais e campeiras à condição de manifestação da cultura nacional está sob análise. Isso é bom uma barbaridade!
Boa quinta-feira a todos!
“A necessidade é a mãe da inovação.”
Dito popular