O governo municipal abriu um edital de licitação para finalizar a cobertura de concreto do Arroio do Engenho em um trecho próximo à BR-386. A intenção é garantir a estrutura necessária para abertura de uma alça na rodovia federal, que será interligada com a rua Liberato Salzano Vieira da Cunha, no bairro São Cristóvão. A obra de canalização de aproximadamente 100 metros de comprimento está orçada em R$ 95,6 mil.
De acordo com a engenheira florestal e diretora da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Marjorie Kauffmann, a maior parte do arroio já está canalizado naquela área da cidade. “O que vamos fazer é apenas finalizar a tubulação com a parte de cima. Se trata de uma obra de mobilidade. Mais adiante, vamos fechar nas proximidades da rua Osvaldo Aranha, para a ligação com a Bento Rosa.”
Conforme o memorial descritivo da obra, o dimensionamento da “seção transversal de canal” foi baseado no projeto original de canalização do Arroio do Engenho elaborado pela empresa Água e Solo para a prefeitura em 1989. Essa proposta teve metodologia baseada nas “Instruções para Projetos de Canalizações para Macrodrenagem Urbana” vigentes no Departamento Nacional de Obras e Saneamento e Manual de Projeto de Drenagem Urbana do DAEE/CETESB.
Como não existe um estudo de chuvas intensas específico para a cidade, no projeto optou-se por dissociar a máxima precipitação observada no posto pluviométrico de Lajeado/INEMET, durante o período de 10 anos de observação do posto.
Ainda segundo o edital, os serviços a serem executados na obra são limpeza do terreno com supressão de vegetação; terraplanagem para preparação do leito e reaterros que serão de responsabilidade do município; a canalização com alvenaria de pedra grês e base da alvenaria com concreto ciclópico serão de responsabilidade da empresa executora da obra.
Já os materiais a serem utilizados na obra deverão ser de “primeira qualidade, sem quebras ou falhas e totalmente fornecidos pela empresa executora da obra.” A alvenaria das laterais do canal serão executadas com alvenaria de pedra grês, que deverá ser executada com espessura na base de 1,20 metros, formada por três camadas de alvenaria com largura de 40 centímetros cada. Por fim, o contrapiso de concreto deve ter 8 centímetros de espessura.
Projeto “Nosso Engenho”
Além da canalização, Marjorie fala do projeto de recuperação da bacia. Denominado “Nosso Engenho”. A proposta visa o monitoramento do arroio em cinco pontos fixos, desde o bairro Olarias até o bairro Centro, na foz junto ao Rio Taquari. “Fizemos um acompanhamento semanal de alguns itens de qualidade da água, e também mensais. Iniciamos este processo em maio do ano passado, logo após o registro de mortandade de peixes no trecho próximo ao Taquari.”
Desde o início do projeto, ao menos 15 empresas foram advertidas e autuadas. Todas estavam “falhando” no controle de poluição do manancial, principalmente em função do despejo de óleos e graxas. “Essas foram intimadas para melhorar a eficiência do tratamento de efluentes. Desde então, a situação da qualidade do arroio vem melhorando”, garante Marjorie, salientando a importância da fiscalização contínua.
Ainda de acordo com a diretora da Sema, o Arroio do Engenho tem “potencial de recuperação”. “No início, pensávamos que a maior causa da poluição era os dejetos humanos. Mas, com o avanço da fiscalização, percebemos os vários focos de poluição originados em empresas”, reforça. Para 2019, a intenção é aumentar os pontos de fiscalização.