Logo ao acordar, a aposentada Edi Clari Pfeifenberg, 56, prepara o café da manhã e já separa as linhas, agulhas e tintas que vai usar durante o dia. Ela é presidente da Associação de Artesãs de Teutônia, e não passa um dia sem produzir o seu crochê ou tricô. No próximo domingo, das 14h às 19h, ela e as amigas da associação, vão expor alguns trabalhos no 3º Arte na Rua, que este mês também convidou artistas do gênero gospel para apresentar suas músicas à comunidade, na Rua Coberta do Centro Administrativo do município.
Mesmo quando trabalhava em empresas, os intervalos de Edi eram feitos de costuras. Além de gostar da arte, a prática sempre trouxe calmaria a ela que desde 2011, juntou-se à Associação de Artesãs. Hoje, com mais tempo, ela passa os dias pintando panos de prato, madeiras e criando seu artesanato que serve como renda extra à aposentadoria.
Nos fins de tarde ou fins de semana, quando sai para tomar chimarrão, as agulhas já estão na bolsa e a prática continua até perto das 2h. “Quando estou tricotando ou pintando, esqueço do mundo e dos problemas”, conta.
O grupo da Associação de Artesãs é composto por mais de 20 integrantes. No entanto, nos dias das exposições, nem todas conseguem comparecer, ainda mais em período de férias. Por isso, no domingo, cerca de 8 delas mostrarão o trabalho que desempenham durante o ano no Arte na Rua.
“Para o grupo é muito bom poder compartilhar a nossa arte, é uma forma de valorizar esse trabalho que é feito com tanto amor”, agradece Edi.
Projeto
Nos domingos de cada mês, os municípios da região se revezam para levar arte aos principais pontos públicos e naturais das cidades. A parceria também serve como apoio para esses eventos que recebem nomes diferentes, como Arte na Praça, em Lajeado, e Arte na Escadaria, em Estrela.
Segundo a turismóloga e organizadora do projeto em Teutônia, Ângela Simone de Castro, cada edição do Arte na Rua recebe um estilo musical diferente. Este mês, cinco bandas de gênero gospel foram convidadas para se apresentar e mostrar cultura e religião à comunidade. Entre elas, Jaqueline Driemeyer, Ricardo Biglu e Banda, Ministério Hope Church – Comunidade Cristã, Banda Betel e Irmãos de Paula e Banda.
Para o mês de fevereiro, a ideia é entrar no ritmo de carnaval e proporcionar também uma festa característica para as crianças.
Além da parte musical, o projeto pretende sempre levar o artesanato nas mais variadas formas e cores, para também valorizar essa prática. As vias ao entorno da Rua Coberta, serão fechadas e o espaço também recebe ervateiras, comidas e bebidas, triciclos e brinquedos infláveis, protagonista entre as crianças.
Nas exposições, a Liga Feminina de Combate ao Câncer também vai apresentar seu projeto e o grupo Patas Solidárias também estará presente com a doação de animais.
“Nosso principal interesse é satisfazer a comunidade e valorizar a arte local, mas algumas pessoas de fora também vêm prestigiar o domingo com a gente”, ressalta. Ela conta que um artesão de fora do município já entrou em contato para expor seu trabalho em panelas de barro.
Não importa que tipo de trabalho é feito, Ângela ressalta que qualquer manifestação artística é bem-vinda no Arte na Rua.
BIBIANA FALEIRO – bibiana@jornalahora.inf.br
