Os primeiros meses do ano costumam ser preocupantes para quem está com as contas apertadas. IPTU, IPVA, rematrículas e compras de materiais escolares são algumas das despesas que podem comprometer ainda mais o equilíbrio financeiro das famílias em dificuldades. Conforme especialistas, planejamento e parcimônia são salutares neste período.
De acordo com a professora de Economia Fernanda Sindelar, da Univates, não há “fórmulas mágicas” para se organizar melhor nas finanças pessoais ou familiares. Por isso, o planejamento econômico deve vigorar ao longo de todo o ano, sendo primordial nos primeiros meses, por conta das despesas extras.
É preciso estar atento, sobretudo, se os gastos não estão maiores do que a renda mensal. Conforme Fernanda, além de débitos contraídos em dezembro, em função das compras de Natal, as férias de verão podem ser uma armadilha. Para quem já está em apuros, abdicar de planos onerosos também é recomendável.
“Antes de efetuar qualquer gasto, por mais que a família deseje fazer uma viagem, por exemplo, é preciso tomar muito cuidado e verificar se o plano cabe ou não no orçamento, sob risco de comprometer o pagamento de despesas obrigatórias ou de gastos já efetuados anteriormente”, sugere a professora.
No caderno
Com inúmeros softwares e aplicativos disponíveis hoje para efetuar um controle mais preciso sobre o orçamento, mensurar o que entra e o que sai em cada mês é dica básica para quem pretende equilibrar as contas. Segundo Fernanda, a simples e velha caderneta para anotar os movimentos financeiros segue como uma boa aliada.
“Independente da ferramenta, é muito importante aprender a fazer esse acompanhamento. Anotar no papel todos os ganhos da família em um lado e as despesas no outro, e comparar essas duas colunas, já é um bom começo”, recomenda.
Outro conselho é a formação de uma poupança para aquelas despesas não planejadas, bem como para planos de longo prazo. “A poupança pode proporcionar, depois de um certo tempo, a possibilidade efetuar gastos mais significativos, sem ter que recorrer a créditos ou empréstimos.”
Para sair do vermelho
Aos endividados, o primeiro passo é fazer um “diagnóstico” de todos os débitos e identificar quais são os maiores comprometimentos e onde incidem as taxas de juros mais elevadas. A estratégia é buscar o diálogo com as instituições financeiras e credores das dívidas mais graves para tentar renegociar os valores.
Segundo Fernanda, ao mesmo tempo, é necessário evitar novas aquisições dispensáveis e tentar reduzir as despesas regulares básicas, como as contas de luz, água e telefone. “Se a situação está delicada, é preciso repensar todas as despesas para verificar onde é possível economizar mais.”
Aproveitar vantagens
O economista Adriano Strassburger endossa a importância do planejamento financeiro. Para ele, pode ser pertinente tentar aproveitar descontos disponíveis nos pagamentos antecipados do IPTU e IPVA, por exemplo. “Quem não puder tem que se programar para as parcelas. Até porque, independente da situação de cada um, são valores que terão de ser pagos. Não há como fugir”.
A dica é seguida pelo comerciante Diogo de Oliveira Schwaickhardt, 35. Ele costuma dedicar o mês de janeiro, com o auxílio do 13º, para quitar com antecedência o IPTU e o IPVA. “Durante todos os meses, nós vamos economizando e guardando algum dinheiro para não nos apertarmos com esses gastos específicos”, comenta.
Dicas de planejamento
-Definir metas de curto, médio e longo prazo
-Fazer o controle mensal de ganhos e perdas
-Projetar os gastos fixos e analisar de forma crítica onde é possível poupar
-Aproveitar vantagens oferecidas nos pagamentos de impostos como IPTU e IPVA
-Reservar valores mensais para poupança pessoal
ALEXANDRE MIORIM – alexandre@jornalahora.inf.br
Colaboração: BIBIANA FALEIRO – bibiana@jornalahora.inf.br