Com a prisão temporária do suspeito pelo homicídio e ocultação do cadáver de Jacir Potrich, 55, a polícia iniciou uma contagem regressiva de trinta dias para solucionar o caso. Carlos Alberto Weber Patussi, 52, amigo e vizinho da vítima, está preso temporariamente no presídio de Encantado.
Ele foi detido na manhã de quarta-feira em Capão da Canoa e indiciado pelos crimes de homicídio com agravante de motivo fútil e ocultação de cadáver. Os dois eram amigos de longa data e moravam no mesmo condomínio, onde vivem apenas três famílias amigas. Jacir Potrich, gerente da agência do Sicredi no município, desapareceu no dia 13 de novembro.
De acordo com as investigações, foi a data em que foi assassinado. Para a polícia, a motivação foi financeira. A relação entre os dois estava conturbada e a saída da agência bancária de um imóvel pertencente a Patussi teria sido o estopim.
Câmeras foram fundamentais
A Polícia Civil não confirma a identidade do suspeito, por se tratar de uma prisão temporária. Porém, as iniciais divulgadas, C.A.W.P, são as mesas de Patussi. Também foi confirmado o fato de se tratar de um dentista.
As imagens do circuito interno foram fundamentais para que os investigadores chegassem a esta conclusão. O vídeo mostra que vítima e suspeito estiveram no quiosque do condomínio ao mesmo tempo, em torno das 19h30. Meia hora depois, apenas o suspeito retorna. Potrich não é mais visto.
As câmeras mostram ainda que Patussi sobe no telhado da casa após este encontro. Ele retorna ao local com material de limpeza e utiliza uma vassoura para deslocar as câmeras para cima.
Polícia não descarta uso de ácido
As diligências se concentram na busca de pistas que possam indicar o paradeiro do corpo. A polícia tem convicção de que o suspeito se desfez do corpo e não descarta que possa ter sido ajudado para cometer este crime. Na quarta-feira, as buscas se concentraram na casa do suspeito.
De acordo com o delegado, os trabalhos avançaram noite adentro, pois havia perícias que precisavam ser feitas no mesmo horário do crime e outras que necessitavam de escuridão total. Também são feitas buscas em municípios do entorno.
O delegado Guilherme Pacífico, responsável pelo caso, não descarta a informação de que o suspeito tenha usado um ácido para corroer o corpo. Entretanto, não há provas coletadas que corroborem esta hipótese.
“Se eu tivesse uma mente criminosa e quisesse me desfazer do corpo, uma das possibilidades seria o uso de ácido, que derrete até os ossos. Mas não tenho prova nenhuma de que isso tenha acontecido”, afirma Pacífico.
A possibilidade de o cadáver ter sido enterrado não está descartada, mas perde força após diversas diligências realizadas não terem avançado neste sentido. A reportagem procurou os advogados de defesa mas até o fechamento desta matéria não recebeu retorno.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br