Movimento apartidário

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Movimento apartidário

É momento de absoluta união entre situacionistas e opositores, executivo e legislativo, empresários e empregados, sindicatos e patronais. O Movimento por Lajeado surge como a grande chance da principal cidade do Vale do Taquari se consolidar como referência em inovação, tecnologia e empreendedorismo. É a única forma de sobreviver ao futuro que já está aí. É gerar riqueza e, também, qualidade de vida, já que uma não “vive” sem a outra.
 
Eu tive a oportunidade de visitar cidades com número de habitantes muito semelhantes à Lajeado na Europa. Erlangen, na Alemanha, é uma dessas. Lá moram cerca de 100 mil pessoas. Em solo alemão, conversei com um dos principais executivos do chamado “Medical Valley”, considerado o Vale do Silício da biotecnologia mundial. Falamos sobre eles. Falamos sobre nós.
 
Sobre eles o case é bem claro: foi necessário um movimento apartidário para elevar a qualidade de vida e a renda per capita daquela comunidade. Em meados de 2005, a população estava entre as mais pobres financeiramente da Alemanha, fruto de uma economia pouco diversificada, e de uma visão partidária e pessimista sobre eventuais movimentos de inovação.
 
Em 10 anos, tudo mudou. Se valendo da metáfora da Tríplice Hélice – método desenvolvido por um norte-americano, professor de História e com PHd em Sociologia, Henry Etzkowitz–, o então prefeito de Erlangen resolveu dar um basta na pobreza. Afinal, a falta de riqueza impactava diretamente na qualidade de vida e nos serviços públicos. Para tal, trouxe os principais atores do desenvolvimento para próximo dele. Em tese, inovou.
 
Academia, poder público e empresas. O prefeito uniu diversos setores da sociedade. Ele convocou os professores, pesquisadores, políticos, donos de empresas, empregados, entidades e assim por diante. Todos atuando de forma voluntária e com um só objetivo: debater ideias e projetar ações pontuais para devolver qualidade de vida e riqueza à população. Sem oposição atrasada. Todos em prol de uma só meta: inovar para gerar renda.
 
Esta união de esforços voluntários e apartidários deu resultado. O ambiente criado com bons financiamentos, espaços públicos e modernos para negociações e auxílios para startups por parte do poder público, da academia e das próprias empresas atraiu pesquisadores e investidores. O ciclo se formou. O resultado foi óbvio. Hoje, 60% das patentes de produtos de biotecnologia no país saem de Erlangen. Dá para imaginar a riqueza gerada na pequena cidade?
 
Como escrevi anteriormente, também falamos de Lajeado lá em Erlangen. Especialmente sobre os atrasos em infraestrutura e serviços básicos. A resposta do executivo do Medical Valley foi óbvia, para mim, mas ainda parece não ser uma obviedade para muitos: a geração de riqueza com responsabilidade social é a única forma de garantir melhores condições à saúde, educação e segurança pública para uma sociedade.
 

Susaf em Lajeado

 
Demorou, mas chegou. Lajeado está autorizado a indicar empresas ao sistema, prerrogativa suspensa desde junho do ano passado. O prazo do governo do Estado para as necessárias adequações no modelo de fiscalização municipal era janeiro. No entanto, o esforço da equipe do Executivo – alheio ao barulho de setores com outros interesses – antecipou a data limite e, já em dezembro, foram encaminhados os documentos necessários ao executivo estadual.
 

Telhado de vidro

 
Jair Bolsonaro prova o que muitos políticos já provaram ou provarão. Ele está no centro das atenções, como foi durante anos com Lula, a falecida esposa Marisa, os filhos, assessores e até caseiros. Os meios de comunicação servem para vigiar quem está no poder. Quanto maior o poder, maior a vigia. Alheio aos interesses obscuros de certos veículos, as reportagens têm se mostrado bem embasadas com fatos e documentos. Aguardo cenas dos próximos capítulos.
 

Tiro Curto

-Conforme antecipado há duas semanas neste espaço, Greicy Weschenfelder (MDB) foi convidada pelo prefeito de Encantado, Adroaldo Conzatti (PSDB), para deixar a 3ª Coordenadoria Regional de Educação e assumir a Secretaria Municipal de Educação;
– O Fundesa aumentou os recursos destinados à indenização de produtores de leite em 2018. Foram R$ 4,2 milhões designados a erradicação de animais com tuberculose ou brucelose, cerca de 10% a mais em relação a 2017;
– Neki Berwig é a nova treinadora da Seleção Brasileira de Padel. É um grande passo para a multicampeã da categoria e um imenso orgulho para Lajeado. Para quem não sabe, ela foi Campeã Mundial no México, em 2002, e ocupou o posto mais alto do ranking durante cinco anos;
– O Núcleo Ampliado Saúde da Família (Nasf) de Fazenda Vilanova desenvolve ações para que os pacientes não faltem nas consultas agendadas. Em 2018, mais de 700 agendaram e não compareceram, gerando custos ao município e impedindo atendimento de quem precisa;
– A presidência do Parlamento gaúcho será ocupada pelo deputado Luis Augusto Lara, do PTB;
– A União “esqueceu” de pagar, por 14 meses, o aluguel do prédio do Sine, em Estrela, entre outros. Mas para garantir emprego para dezenas de CCs dessas repartições há recurso sobrando no Estado.
Boa quinta-feira a todos!
 
 

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