Entre as tantas opções gastronômicas do bairro São Cristóvão, a culinária árabe vai ganhando espaço. O trailer do Shawarma Arabian Food se consolida como uma alternativa para quem quer conhecer novos sabores, como o sanduíche de pão sírio. O negócio é comandado pelo casal Viviane Agrello Tubino, 39, e Jaisson Junqueira, 36.
Jaisson é natural de Esteio, cidade onde se tornou fã do prato. Ele lembra que, além do sabor, o local que vendia a iguaria lhe atraía pela cultura. O dono era um libanês. “Ele colocava as músicas típicas e dançava. Até a faca ele afiava no ritmo. Era quase um ritual.”
Já Viviane tem influência da família. Seu bisavô saiu do Líbano para fugir de guerras e tentou a vida em São Paulo. Empurrado pela crise no setor cafezeiro, ele e a mulher se mudaram para Pelotas e, depois, para Porto Alegre.
Foram os tios de Vivi, inclusive, que fundaram a TV Difusora, emissora responsável pela primeira transmissão a cores do país. Ela conta que, em vez de churrasco, aos domingos, a família se reunia para degustar pratos como kibe e malfuf (charuto de repolho).
Unido pelas referências em torno desse tipo de comida, o casal decidiu apostar no preparo do shawarma como uma segunda ocupação, há cerca de quatro anos. Na época, moravam em Bom Retiro do Sul, e preparavam tudo em casa, até mesmo o pão sírio. Depois, entregavam o lanche a domicílio.
Apesar da aceitação do público, o processo acabou pesando muito na rotina dos dois. Deram uma pausa no projeto até o ano passado.
Já morando em Lajeado, souberam que havia um trailer à venda e decidiram apostar na estrutura para propagar o sabor das Arábias.
É claro que foi preciso pensar em adaptações que agradassem o paladar da região. Aliás, explicam, o shawarma tem diferentes nomes e composições de acordo com o local. Em São Paulo, por exemplo, o lanche leva batata frita e, em outras cidades, batata palha.
Pensando em um substituto mais condizente com a cultura do Vale, eles apostaram no repolho – alimento esquecido quando se trata em lanches de rua. “Quando a gente vai no mercado e enche o carrinho de repolho, todo mundo pergunta o que vamos fazer”, comenta Junqueira.
Completam o lanche: tomate, alface, cebola, tempero verde, catchup e mostarda. O tahine (pasta de gergelim) foi tirado por ser mais amargo. Em compensação, eles desenvolveram um molho especial que consiste em uma pasta de alho. Já a pimenta é um opcional. Depois, o cliente pode escolher entre carne de rês ou de frango – ou misto.
A carne branca é feita da coxa e sobrecoxa do frango, assada no estilo churrasco grego (na vertical). Já a vermelha é feita na chapa, pois não tem gordura e fica muito seca se assada. “Usamos carne sem nervos nem gordura e não usamos óleo, justamente para atender o público mais fitness. Colocamos no mínimo 200g de carne no grande”, afirma ele.
O tradicional custa R$ 18 e o kids, R$ 12. O Shawarma Arabian Food atende de segunda a segunda, das 19h às 23h, na avenida Piraí, próximo da Unimed. Então, se você encontrar um árabe distribuindo panfletos na avenida Alberto Pasqualini, saiba que é Junqueira divulgando que Lajeado também tem shawarma.
Gastrô
Lajeado também tem shawarma
Se você encontrar um árabe distribuindo panfletos na avenida Alberto Pasqualini, saiba que é Junqueira divulgando a iguaria que é novidade na cidade
