O acidente de trânsito mais grave registrado neste início de ano aconteceu dois dias depois da assinatura do contrato que define o retorno dos pedágios na BR-386. Quatro pessoas morreram após colisão entre um carro e um caminhão, na subida da serra em direção a Progresso.
Os acidentes com proporções ao registrado desse domingo são tragédias anunciadas. O perigo da pista simples – que se estende por mais de 200 quilômetros – é permanente.
A saturação da BR fica mais evidente neste período de férias. Nos feriadões de Natal e Ano Novo, o congestionamento foi quilométrico, afora os acidentes fatais também registrados nos dois momentos.
Dois fatores preponderam diante da situação. A primeira – e muito bem destacada na edição da revista Tudo que circulou no fim deste ano – sobre a dependência quase totalitária do Brasil nas rodovias. Quando o movimento aumenta, percebe-se quanto a falta de um planejamento para explorar rodovias e ferrovias custa caro para a mobilidade do país.
A segunda diz respeito a necessidade urgente de duplicação da rodovia. Levantamentos recentes feitos por este A Hora mostram que o número de acidentes fatais no trecho recém duplicado, entre Lajeado e Canoas, reduziu drasticamente depois que a obra foi concluída.
Por outro lado, no trecho em direção a Marques de Souza e demais municípios que formam a serra, os números de fatalidades não param de aumentar. O projeto de privatização da rodovia, junto com o plano de obras para todos os 400 quilômetros da BR-386 de Canoas até Iraí, no norte gaúcho, surge como alento diante das tragédias.
Nenhuma outra viária é tão relevante e fundamental para o Vale do Taquari neste momento. As rodovias estaduais também apresentam saturação acima do desejável, mas na BR, a situação já passou do limite. A região precisa se manter vigilante e atenta ao cumprimento das promessas estabelecidas no plano de concessão da rodovia.
O custo para repassar a rodovia à inciativa privada será pago pelo contribuinte, mediante taxas de pedágios que serão instalados ao longo da BR. Os congestionamentos, repetidos acidentes com mortes e o tempo perdido em filas quilométricas reforçam a importância de seguir a duplicação da rodovia a partir de Lajeado.
Tudo está no plano e no papel da empresa vencedora da licitação. Cabe a todos os gaúchos, especialmente representantes daqueles margeados pela BR-386, fiscalizar a exigir o integral cumprimento dos projetos, afim de viabilizar obras o quanto antes e diminuir os impactos decorrentes de uma estrada esgotada.
Editorial
Mais um alerta
O acidente de trânsito mais grave registrado neste início de ano aconteceu dois dias depois da assinatura do contrato que define o retorno dos pedágios na BR-386. Quatro pessoas morreram após colisão entre um carro e um caminhão, na subida…