Crianças  em férias,  e agora?

Família

Crianças em férias, e agora?

Conciliar trabalho com o extenso tempo livre das crianças pode ser um desafio para alguns pais

Crianças  em férias,  e agora?

Sinônimo de diversão e descanso, o entendimento dos pais sobre as férias escolares pode passar bem longe da descontração quando precisam trabalhar e não sabem muito bem com quem deixar as crianças.
Afinal, o mercado de trabalho continua a toda mesmo que as escolas entrem em recesso. Mas será possível conciliar trabalho com a folga das crianças sem gastar demais ou terminar o período de cabelos brancos?
Se por um lado existem os pais preocupados com as atividades dos filhos nesta época, do outro, estão as crianças, ávidas pela diversão e, nos dias de hoje, concorrendo com os telefones celulares pela atenção dos adultos.
Não raro, os pequenos acabam por reproduzir o vício dos grandes e muitas vezes passam as férias inteiras com os olhinhos vidrados nos jogos e vídeos dos celulares e tablets. E quando as aulas voltam, o que será que escreverão na clássica redação sobre as férias?
Estar de férias não significa necessariamente viajar para longe ou ir para a praia, mas usar o tempo livre da criança para despertar nela o apreço pelos momentos em família, o contato mais responsável com a própria casa, além de promover uma infância mais sadia, com memórias afetivas.
 

Férias em casa, mas com diversão

 
Com o filho em casa durante o mês de janeiro, Iasmine Abdala, 26, mãe do Arthur, 3, conta com o apoio da família para dividir o tempo com o pequeno. Trabalhando como representante comercial na empresa da família, logo no início das férias do pequeno, organizou os dias de atendimento externo e interno no trabalho. “Nos dias que teria que atender, deixava o Arthur com minha mãe ou às vezes com a cunhada. Tinha dias que ele pedia para que eu o levasse junto e prometia ser bem querido. Eu levei e realmente se comportou muito bem”, compartilha.
 
Aproveitando o período de recesso da empresa, Iasmine fica em casa com o filho e aproveita para promover muitas atividades ao longo do dia. “Levo para passear, tomar banho de piscina, andar de bicicleta e brincar na pracinha. Criança tem muita energia e precisa gastar”, explica.
 

Ajudinha dos avós

 
Para driblar os compromissos do dia a dia, Rafael Antunes, 27, conta com a ajuda dos avós da filha Valentina, 4, para ocupar o tempo da criança de forma saudável e familiar.
 
Trabalhador freelancer, o pai da menina não tem horário fixo, mas possui bastante flexibilidade de tempo para ficar com a filha. Por outro lado, sua profissão também necessita saídas em horários alternativos. É aí que a ajuda dos avós facilita no período de férias da pequena.
 
A mulher, Deise Regina Bergmann, 26, trabalha no comércio e o casal combina com os pais quem cuidará da menina. “A mãe da Deise fica com a Valentina durante a semana e, quando necessário, os meus pais tomam conta dela nos fins de semana. Sempre temos alguém disposto a ajudar”, comenta.
 

Viajar é possível?

 
Para a agente de viagens Patrícia Delawi, da Free Viagens e Turismo, para a maioria das famílias, viajar fica muito mais fácil se houver planejamento. Pensar nas férias apenas algumas semanas antes de elas chegarem pode inviabilizar a viagem no orçamento familiar. “Hoje existem muitas facilidades que ajudam as pessoas a se organizar e realizar os planos das férias. Aqui na agência, por exemplo, temos desde parcelamentos a mais longo prazo até a modalidade Poupança Viagem, na qual a pessoa junta um determinado valor mesmo sem saber o destino e escolhe apenas quando estiver pronta”, esclarece.
 
Mãe de uma menina de 8 anos, Patrícia conta que nem sempre é possível fazer viagens grandes. “É legal viajar com as crianças, mas se o orçamento não permitir, existem muitas soluções baratas aqui por perto que também tornarão as férias inesquecíveis. O mais importante das férias escolares, antes de tudo, é a convivência familiar e as boas memórias afetivas”, conta.
 
Fazer com que a filha participe da arrumação da casa e tarefas diárias também são tarefas para as férias. “Realizar tarefas juntos aproxima pais e filhos, os faz aprender a serem independentes e também a valorizar tudo o que é feito em casa. E o celular, nesses momentos, fica guardado, Fazemos questão”, afirma.
 

Brincando nas Férias

 
Outra alternativa para quem não conseguiu tirar férias junto com a das crianças é o programa do Sesc de Lajeado, o Brincando nas Férias.
Conforme o sub-gerente da unidade, Leandro Ferreira, o projeto tem capacidade para até 70 crianças previamente inscritas, com atividades ocorrem entre 7 de janeiro e 1º de fevereiro, de segunda a sexta-feira das 13h às 18h. “Esse espaço é um momento para a criança se divertir, brincar, gastar as energias e ainda aprender. Diferente das atividades do ano letivo, entendemos que as férias são para a criança parar e aproveitar o lado mais divertido da infância”, explica.
 
Com taxas semanais que variam entre R$ 65 e R$ 95, as atividades contemplam cinema, biblioteca, banho de mangueira, passeios de bicicleta e ao ar livre, lanches, sala de jogos e uma infinidade de outras brincadeiras.
De acordo com o auxiliar de cultura e lazer Roger Rieger, 27, muitas das crianças acabam não tendo a oportunidade de realizar tantas brincadeiras diferentes e em grupo. “Seja por falta de tempo dos pais, ou de espaço mesmo, os pequenos acabam ficando apenas em casa em seus celulares e tablets, sem gastar toda a energia que todos sabemos que eles têm”, observa.
 
Interagindo com os pequenos em uma rua fechada exclusivamente para que brincassem com suas bicicletas, patins e patinetes, Rieger e os demais monitores do programa se divertiam junto da meninada. “Criança precisa disso, correr, pular, dar risada. A infância não deveria se passar na tela do celular. Isso me entristece”, comenta.
Logo na frente de Rieger, uma menina de cerca de 6 anos olha para a câmera e dispara “Essas estão sendo as melhores férias, tia”, saindo em seguida, embalando seu patinete. Andando alguns metros em direção ao meio da rua, outra menina com cerca de 10 anos tratou logo de se expressar “Eu poderia brincar na rua o dia inteirinho”, sorri.
 
 
 
 
 
 

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