Mais maturidade  à oposição

Editorial

Mais maturidade à oposição

A polarização política na qual a sociedade brasileira ingressou nos últimos anos é fator preocupante para o desenvolvimento da nação. Uma postura mais republicana de ambos os lados é vital para o Brasil superar a crise. Da mesma forma que…

A polarização política na qual a sociedade brasileira ingressou nos últimos anos é fator preocupante para o desenvolvimento da nação. Uma postura mais republicana de ambos os lados é vital para o Brasil superar a crise.
Da mesma forma que se critica a postura do governo eleito, principalmente na figura do presidente, em relação a discursos inflamados e extremistas, as forças oposicionistas também precisam orientar suas bases a um comportamento menos superficial e mais propositivo.
Nesta semana, falas descontextualizadas da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, viraram manchetes na imprensa nacional e, por óbvio, tomaram conta dos debates nas redes sociais. A metáfora foi simplificada e demonizada, como se a ministra estivesse determinando que meninos devem vestir azul; e meninas, rosa.
Para muito além das cores, o posicionamento da ministra, de formação neopentecostal, reflete o pensamento de pelo menos 1/3 da população brasileira, que se declara evangélica. Conforme essa parcela em plena ascensão no país, é preciso respeitar a identidade biológica das crianças.
Isso, porém, está longe de ser um ataque à população LGBT, que merece todo o respeito e proteção por meio de políticas públicas, especialmente diante do crescimento da intolerância e dos casos de violência contra o segmento. [bloco 1]
O papel da oposição é fundamental para a democracia. Manter a vigilância sobre os direitos, criticar os erros e excessos, condenar as práticas antiéticas e propor melhorias às ações do Executivo são nobres tarefas para quem perdeu as eleições. No entanto, isso precisa ser feito com responsabilidade.
Reduzir os adversários políticos, agora no poder, a fanáticos e ignorantes, além de ser inverídico e pouco inteligente, é um erro estratégico para a própria esquerda. Além de desperdiçar energia e tempo na procura de “pelos em ovos”, os resistentes ao estilo conservador do novo governo perdem credibilidade com teorias fantasiosas.
A era digital é marcada pela superficialidade e exageros, que impedem discussões mais aprofundadas. Para fazer um enfrentamento qualificado, é necessário acertar o tom da crítica, adotar uma postura mais madura e sair da infantilidade dos memes de internet.
 

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