As maiores cidades da região encerram 2018 com saldo positivo nas contas públicas. Lajeado, Estrela, Teutônia, Taquari, Encantado e Arroio do Meio mantiveram superávits apesar da crise financeira que assola boa parte dos municípios gaúchos.
Como o balanço do ano é feito ao longo de janeiro, ainda não é possível saber os números exatos. Contudo, estimativas dos governos locais garantem o fechamento do ano “no azul”.
A cidade com o maior superávit projetado é Teutônia, cujo setor contábil espera finalizar o ano com cerca de R$ 6 milhões em caixa. Conforme o prefeito Jonatan Brönstrup, deverá ser o “maior superávit da história do município”.
O prefeito frisa que, apesar da austeridade adotada no trabalho das secretarias, não houve cortes em serviços para a população. Destaca ainda investimentos feitos com recursos próprios, como a compra de 950 vagas nas escolas comunitárias, diversas pavimentações de ruas, ampliação de horário de atendimento do posto de saúde do bairro Canabarro e contratação de médicos.
“Mesmo com essa condição de economia, fizemos importantes investimentos ao longo do ano”, ressalta Brönstrup. Com base no desempenho financeiro, a administração projeta para 2019 o “ano das obras visíveis”. A pavimentação de mais de 25 ruas, implantação das rótulas da Via Láctea e outros investimentos já estão previstos.
Margem de segurança
Em Lajeado, o secretário da Fazenda, Guilherme Cé, afirma que o saldo será de pelo menos R$ 5 milhões. Segundo ele, a gestão sempre trabalha com essa margem para eventuais dificuldades, como o atraso em repasses estaduais e federais, além de tornar possíveis investimentos mais robustos, como a construção de escolas com recursos próprios.
“Se não tivéssemos esse cuidado em 2017, já teríamos enfrentado dificuldades no ano passado. Austeridade e responsabilidade fiscal serão uma característica permanente desta administração”, exalta. Mesmo em meio à crise financeira do RS e do Brasil, a cidade adotou um rígido controle orçamentário e conseguiu passar por 2018 sem maiores problemas, acrescenta.
“Importante destacar que, mesmo com as dificuldades dos últimos anos, Lajeado conseguiu retomar a capacidade de investimento com recursos próprios e hoje já dispõe de condições de retornar em mais obras essenciais para a comunidade”, frisa o secretário.
Aproximação com contribuintes
Estrela projeta superávit de R$ 3 milhões. A receita pública deve ser de R$ 118 milhões, e despesa de R$ 115 milhões, em valores aproximados. Os números ainda são finalizados pela Secretaria da Fazenda. Segundo o secretário Henrique Lagemann, a crise econômica impacta os municípios e foi preciso planejamento e outras ações para manter o equilíbrio das contas públicas.
“Procurarmos uma aproximação maior com os contribuintes, tanto pessoas físicas quanto jurídicas. Criamos novos canais de comunicação e adotamos medidas como a lei permanente de parcelamento de débitos, que melhorou a receita e reduziu a cobrança judicial”, explica Lagemann.
Economia e gestão
Em Arroio do Meio, o superávit deve ficar em torno de R$ 2,5 milhões. Conforme o prefeito Klaus Schnack, o valor foi projetado para constar em caixa na virada do ano, para a administração se precaver em relação a investimentos já previstos para o início de 2019. Ele atribui o saldo positivo ao controle de fluxo de caixa financeiro realizado mês a mês.
Em Encantado, sobrou cerca de R$ 1 milhão no caixa. Segundo o prefeito Adroaldo Conzatti, o município repete o saldo positivo de 2017, com a quitação de todos os compromissos. Ele lembra que, quando a gestão assumiu, de 2016 a 2017, havia parte da folha salarial ainda pendente. “Temos que fazer gestão, para saber quando podemos acelerar mais ou tirar o pé”, compara.
Sem divulgar valor estimado, o governo de Taquari informa que também fecha 2018 com as contas em dia. De acordo com o prefeito Emanuel Hassen de Jesus, foram cerca de 10% de recursos próprios em obras no município. “Isso só é possível com economia e gestão. Cortamos na própria carne, pois estamos com apenas dois secretários nomeados e gastando cerca de 80% menos com cargos de confiança”.