“É uma maneira de estar perto da bola através do microfone”

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“É uma maneira de estar perto da bola através do microfone”

Durante anos, Adauto de Azevedo conciliou as carreiras de jogador de futebol e radialista. Passou pelas categorias de base do Internacional e por equipes do interior, em Estrela, Santa Cruz do Sul e Bagé. Aos 76 anos, encontra no rádio…

“É uma maneira de estar perto da bola através do microfone”

Durante anos, Adauto de Azevedo conciliou as carreiras de jogador de futebol e radialista. Passou pelas categorias de base do Internacional e por equipes do interior, em Estrela, Santa Cruz do Sul e Bagé. Aos 76 anos, encontra no rádio uma forma de se manter perto da bola.
 

• O que veio primeiro na sua vida, o futebol ou o rádio?

Primeiro veio o futebol, foi em Estrela. Com 14 anos, eu ia assistir aos treinos e às vezes ser gandula no Estado Aloisio Valentin Schwastzner, que hoje está abandonado. O Estrela Futebol Clube, que era um dos clubes da região, hoje não existe mais. O treinador era o Aquiles de Moraes. Quando faltava gente para jogar, ele me colocava a treinar com os adultos.
Fui jogar na categoria de base do Internacional por um ano. Passei à equipe principal do Estrela no ano que completei 17. Comecei na rádio Alto Taquari um pouco depois.

• Como começou a carreira no rádio?

Eu era locutor do alto-falante da rodoviária. A primeira coisa que eu falei pro público foram horários de ônibus. O Osvaldo Quadros [van Leeuwen, fundador do jornal Informativo] me ouviu e chamou para fazer teste na rádio. Comecei a trabalhar como locutor, fui direto para o noticiário do meio-dia.
O futebol dava bem mais dinheiro, mas a rádio garantia um emprego depois que eu parasse. Joguei até os 33 anos. Parei em 1974, quando o Estrela conseguiu a classificação para a primeira divisão do gauchão.

• Você ainda trabalha em rádio?

Eu hoje estou aposentado, mas ainda trabalho. Estou na rádio comunitária de Arroio do Meio, a Integração, fazendo só esporte. A gente transmite amador, regional, municipal, futsal. Já transmiti até basquete de cadeirante. É uma maneira de estar perto da bola através do microfone, tenho muita saudades de jogar. Comentando, narrando, eu estou perto dos jogadores. E a meninada que joga o amador é um pessoal muito querido comigo.

• Que lembranças tem da carreira de jogador?

Joguei contra dois caras muito bons. Um foi o Paulo Heineck, que era do Lajeadense. Esse cara jogava, hoje seria milionário. Outro foi o Ademir da Guia, em um amistoso entre Palmeiras e Guarany de Bagé.
Eu era um centro-médio bem mais técnico que esses volantes de agora. Nem era muito chegado a marcar. O Ruy Carlos Ostermann me chamava de “nosso colega de rádio que trabalhou até a meia-noite e vai jogar contra a dupla Gre-Nal.”

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