Agora é tudo com eles

MUITA EXPECTATIVA

Agora é tudo com eles

Os discursos que levaram Jair Bolsonaro e Eduardo Leite ao comando dos palácios do Planalto e do Piratini são postos à prova a partir de hoje. Ontem, ambos assumiram os cargos e refizeram promessas de austeridade e mais eficiência

Agora é tudo com eles

O Brasil está oficialmente sob comando de Jair Bolsonaro. Ontem à tarde, o 38º presidente da República foi empossado em cerimônia em Brasília. Após desfile pela Esplanada dos Ministérios, o novo chefe do Executivo assinou termo de posse e prestou juramento à Constituição em solenidade no Congresso Nacional. No Palácio do Planalto, recebeu a faixa do ex-presidente Michel Temer.
Com o maior aparato de segurança na história dos eventos de posse presidencial, os ritos foram acompanhados por milhares de apoiadores. O novo presidente chegou em carro aberto, acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e pelo filho Carlos Bolsonaro.
Presidentes de outros países, governadores, senadores, deputados federais, chefes e membros dos demais poderes também participaram. A ausência foi das bancadas de oposição, PT, PCdoB e Psol, que se recusaram a prestigiar a posse.
No primeiro discurso, Bolsonaro agradeceu a Deus por estar vivo após o atentado sofrido durante as eleições, bem como aos eleitores que o designaram ao cargo máximo da República. Afirmou que sua chegada à presidência consiste em uma “oportunidade única” para a reconstrução do país e o resgate da esperança do povo brasileiro.
“Convoco cada um dos congressistas a me ajudar na missão de restaurar e reerguer a nossa pátria, libertando-a definitivamente do jugo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica”, enfatizou.
Bolsonaro falou em unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e a tradição judaico-cristã e combater a ideologia de gênero. Segundo ele, o Brasil voltará a ser um “país livre das amarras ideológicas”, prometendo construir uma sociedade “sem discriminação, ou divisão”.

Reformas

Sobre a área da segurança, Bolsonaro frisou a importância do Legislativo para a aprovação de novas medidas. “O cidadão de bem merece dispor de meios para se defender, respeitando o referendo de 2005, em que optou nas urnas pelo direito à legítima defesa”, afirmou, acerca da revisão das leis referentes à posse de armas.
“Vamos honrar e valorizar aqueles que sacrificam suas vidas em nome de nossa segurança e do nossos familiares. Contamos com o apoio do Congresso Nacional para dar o respaldo jurídico aos policiais realizarem o seu trabalho”, acrescentou.
Prometeu “reformas estruturantes”, para a sustentabilidade das contas públicas e transformar a realidade econômica. “Precisamos criar um círculo virtuoso na economia, que traga a confiança necessária para permitir abrir os mercados para o comércio internacional, estimulando a competição, a produtividade e a eficácia, sem o viés ideológico”, discursou.
Também salientou o “papel decisivo” desempenhado pelo setor agropecuário, especialmente para o processo de recuperação econômica. Segundo ele, todo o segmento terá um aumento de eficiência, com menos regulamentação e burocracia.
Pacto nacional
Conforme Bolsonaro, os desafios só serão superados mediante um “verdadeiro pacto nacional” entre a sociedade e os três poderes. “Hoje começamos um trabalho árduo para que o Brasil inicie um novo capítulo de sua história, no qual será visto como um país forte, pujante, confiante e ousado”, assegurou.
Aos gritos de “mito” e “o capitão chegou”, Bolsonaro fez o segundo pronunciamento já com a faixa presidencial, ao lado de Temer. Em frente ao Palácio do Planalto, o novo presidente falou ao público presente. “Me coloco diante de toda a nação neste dia em que o povo começa a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto.”

No RS

O novo governador do RS também foi empossado ontem, em cerimônias que ocorreram na Assembleia Legislativa e no Palácio Piratini.
Com discurso mais ponderado em relação ao do presidente, Eduardo Leite destacou a união de esforços para que o RS consiga superar a profunda crise financeira em que se encontra, com débitos que chegam a quase R$ 10 bilhões. Para ele, o fim da polarização política e a busca por consensos estratégicos são necessários para que o estado se desenvolva.

Após ser empossado em cerimônia na Assembleia Legislativa, Eduardo Leite ingressou no Palácio Piratini como o mais jovem governador do RS. Acompanhado de aliados, foi recepcionado pelo antecessor, José Ivo Sartori

Após ser empossado em cerimônia na Assembleia Legislativa, Eduardo Leite ingressou no Palácio Piratini como o mais jovem governador do RS. Acompanhado de aliados, foi recepcionado pelo antecessor, José Ivo Sartori


“Este tempo novo precisa de novos olhares, mais contemporâneos, renovadores da política, construtores da inovação como ferramenta de gestão pública, capazes de construir um projeto de Estado mais atual, que enfrente os antigos problemas e estabeleça novas convergências construtivas”, enalteceu Leite.
Conforme o chefe do Executivo estadual, enfrentar a nova conjuntura prescinde a modernização do jeito de governar. “Vamos romper com velhos modelos, pois este novo momento exige também novas formas de fazer, construir e unir. Ou damos posse a este novo futuro, ou só nos restará a glória de um passado bonito e honroso, mas que não voltará mais”, asseverou.

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