Coloridos, barulhentos, bonitos e explosivos. Os fogos de artifício são atração na noite de Ano -Novo. Guilherme Prado afirma que os fogos já fazem parte da festa. “Não pode ficar sem.” O jovem de Estrela veio a Lajeado nessa sexta-feira para comprar fogos para a festa de Ano-Novo. Fez um bom investimento, saiu da loja com duas caixas de varetas e uma sacola de bombas menores.
No dia anterior, já havia buscado quatro caixas de vareta e oito de foguetes. Prado afirma que procura manter precaução ao soltar os fogos. Além de utilizar o suporte para os foguetes, ele toma outro cuidado. “Acendo e saio correndo.”
Época de vendas
O proprietário da loja comemora as vendas nesta época do ano. “Aumenta muito o movimento. Durante o ano, vende muito pouco, salvo finais de campeonato e eleições.” O estabelecimento oferece desde rojões de R$ 2 até baterias de R$ 1,7 mil. Só em dezembro, já foram vendidas mais de mil caixas de foguete 12X1 e outras mil de varas de apito.
Jaime Sulzbach afirma que cada vez mais os clientes buscam fogos coloridos e menos barulhentos. “Vem aumentando a cada ano os foguetes de cor. Eles evoluíram ao longo do tempo, fazem menos fumaça e são mais bonitos e seguros.”
Faça a festa com cuidado
O tenente Delmar Braz, comandante do Corpo de Bombeiros de Lajeado, ressalta que além dos riscos físicos os acidentes com fogos podem causar incêndios. O comandante destaca a importância da prevenção e lista cuidados básicos que devem ser observados:
– Não permita que crianças manuseiem fogos de artifício
– Nunca solte o foguete direto na mão. Utilize um cabo de vassoura ou algo que distancie o artefato do corpo
– Não solte fogos próximo a residências e edifícios. De preferência, em campo aberto
– Observe se não há materiais combustíveis nas proximidades
– No caso de rojões, cuide a distância de outras pessoas
– Não solte fogos sob efeito de bebidas alcoólicas
“Um acidente pode ter consequências para a vida inteira”
Em caso de acidentes com fogos, a orientação é procurar a UPA. Lá, a situação é avaliada e, se houver gravidade, o paciente é encaminhado ao hospital.
André Weber é médico da emergência do Hospital Bruno Born. Ele fez residência no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, onde teve contato com diversos casos de queimaduras causadas por fogos de artifício. Há um ano no HBB, ainda não se deparou com ocorrências assim. O hospital não registrou casos de acidente com fogos na virada do ano passado.
“Sempre que for brincar com isso, você tem que pensar que a consequência de um acidente não é só ir para o hospital aquela noite, mas pode gerar uma consequência para a vida inteira.”
Weber ressalta que há risco mesmo que os fogos sejam regulamentados e usados da forma correta. Os casos mais comuns são os de queimadura, mas há outros mais graves, com perda de dedos e queimaduras na face e olhos.
As crianças são os pacientes mais frequentes, por terem menos cuidado ao utilizar os fogos e pelo tipo de artefato utilizado. Rojões e bombas, apesar de terem menos impacto, geram mais ocorrências por serem utilizados mais perto do corpo.
Matheus Chaparini: matheus@jornalahora.inf.br
