Bombeiro voluntário em Teutônia desde 2014, Markyson Marques, 33, deixa o comando da corporação para se dedicar a projetos pessoais. Como presidente, ajudou a afastar a instituição do risco de fechamento. O plano agora é se dedicar à mulher Adriane e aos filhos Manuela e Pedro.
• Como você descobriu a vocação para ser bombeiro?
Tudo começou pelo fato de minha mãe ser uma das fundadoras da instituição. Eu entrei em 2014 para ser voluntário para saber o que chamou a atenção da minha mãe nesse trabalho e tentar ajudar a comunidade. Lá dentro eu fui me envolvendo e, em outubro de 2014, a gente chegou num ponto de crítico, quando a entidade estava quase fechando. Alguém precisava assumir o setor financeiro e tentar resolver os problemas. Isso me apertou o coração. “Vou deixar fechar esta instituição que minha mãe ajudou a fundar?”, me questionei. Então resolvi assumir a função.
• Qual o momento mais marcante vivenciado à frente da unidade?
Foram tantos momentos marcantes. É difícil fazer uma retrospectiva. Foram pelo menos três muito intensos. Foi por meio desse trabalho que eu conheci a minha mulher e estamos juntos até hoje. O segundo momento foi o resgate da minha própria filha, quando ela sofreu uma queda em casa. Foi algo que me apertou muito. Teve também o nascimento do meu filho, quando estava trabalhando e larguei tudo para ir lá. Houve várias outras ações que me marcaram, como o salvamento pelo telefone de uma criança que estava engasgada.
• Qual foi o maior aprendizado nesse período?
Essa relação foi de duas vias. Os bombeiros ganharam um legado comigo. Estou entregando hoje uma instituição que tem a confiança e o crédito da comunidade, dos prefeitos dos municípios atendidos, uma entidade treinada, apta, para qualquer tipo de situação. Mas eu também ganhei um legado da instituição, pois eu aprendi e me desenvolvi muito como pessoa. Cresci muito como ser humano. Hoje eu saio da corporação, mas sigo à disposição da comunidade. Tanto eu como o Corpo de Bombeiros saímos mais fortes dessa relação.
• Quais serão suas prioridades a partir de agora?
Minha prioridade agora é o campo pessoal. Por muito tempo, eu abri mão disso, pois o trabalho nos bombeiros exigia muita dedicação, tempo, compromisso. Agora quero retribuir aos meus filhos e à minha mulher o amor e o apoio que sempre me deram e construir um projeto pessoal para ter uma vida mais tranquila.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br