As 37 administrações municipais da região esperam receber cerca de R$ 51,5 milhões decorrentes da arrecadação do IPVA. Ao todo, são mais de 137 mil veículos no Vale cujos proprietários terão de pagar o tributo. Amanhã, 28, expira o prazo para a quitação antecipada do imposto.
Em todo o RS, a projeção é de R$ 2,8 bilhões, com uma frota pagante de 3,7 milhões de veículos. No Vale, a estimativa da Receita é arrecadar mais de R$ 103 milhões. A arrecadação do IPVA é repartida 50% para o Estado e 50% para o município de licenciamento do veículo.
Conforme o delegado regional da Receita Estadual (13ª DRE), Jorge Humberto Pozza, os valores projetados consistem em estimativas com base na quantidade atual de veículos dentro dos parâmetros para o recolhimento do imposto. Até abril, quando encerra o cronograma de pagamento, os números tendem a variar.
Apesar de ser uma despesa inenitável para circular com o veículo, o delegado destaca a possibilidade de reduzir o valor em até 25% com o pagamento antecipado. “É um desconto bastante considerável. Vale a pena fazer um sacrifício. Mas, é claro, cada um com suas possibilidades”, aconselha.
Descontos
Até amanhã, 28, quem efetuar o pagamento se livra de 3% do valor devido ao desconto de antecipação. A dedução, porém, é maior, pois o contribuinte aproveita o valor indexado pela Unidade de Padrão Fiscal (UPF/RS) de 2018, antes da atualização na virada do ano, estimada em 4,13%.
Para ampliar ainda mais o abatimento, é preciso se enquadrar aos critérios dos programas Bom Motorista e Bom Cidadão. Se o condutor não tiver cometido infrações de trânsito nos últimos três anos, diminui mais 15%. Se o período de carteira zerada for de dois anos, a redução é de 10%; e se for de um ano, 5%.
O RS é o estado onde é possível alcançar o maior desconto, graças ao programa Nota Fiscal Gaúcha. Ao acumular cem notas fiscais com CPF durante o ano, o preço cai em mais 5%.

Diego Gomes costuma antecipar quitação para aproveitar os descontos
No orçamento
Por ingressar nas contas municipais de forma automática, ainda no primeiro quadrimestre, o recurso se torna fundamental para os primeiros movimentos financeiros das gestões governamentais.
Presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), Marcelo Caumo, prefeito de Lajeado, revela que a maioria das cidades da região projeta a arrecadação já no orçamento do ano seguinte. Em algumas cidades gaúchas com dificuldades financeiras, porém, a verba é usada para fechar as contas do ano corrente.
“É a primeira receita do exercício que inicia em 1º de janeiro. Ela dá garantia de sequência aos serviços para o próximo ano”, afirma.
Lajeado tem a maior frota de contribuintes do Vale. Com 39 mil veículos taxados pelo imposto, a cidade arrecadará cerca de R$ 33 milhões, dos quais R$ 16,5 milhões ficam no cofre municipal.
Seguindo o ranking da arrecadação do IPVA, aparece Estrela na segunda posição, com 12,6 mil veículos pagantes. A arrecadação total projetada é de R$ 9,7 milhões (R$ 4,85 milhões ao município). Apesar de ter frota de contribuintes maior (12,8 mil), Teutônia prevê menor arrecadação: R$ 9,1 milhões (R$ 4,55 milhões ao município).
Bons contribuintes
Proprietário de transportadora, Diego Tomasi afirma que a empresa opta pela antecipação para conseguir o maior desconto possível. Com uma frota que ultrapassa cem caminhões, o valor abatido com a quitação antecipada é bastante considerável. Segundo ele, é possível baixar em média de 10% a 15% o valor.
Tomasi ainda revela que, como a empresa tem unidades em outros estados, parte da frota é emplacada em cidades fora do RS, visto que o IPVA no território gaúcho é um dos mais caros do país.
Morador de Lajeado, o engenheiro de produção Diego Gomes, 31, costuma antecipar o pagamento do IPVA. Sem multas na carteira de motorista faz mais de três anos, abate em mais 15% o valor. “Terei de pagar de qualquer forma, então, prefiro me livrar logo”, ressalta.
Conforme Gomes, é recomendável quitar o débito com antecedência para não correr o risco de chegar perto do prazo em uma situação desfavorável e ter dificuldades para pagar. “É uma questão de estratégia financeira”, resume.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br