Metade dos municípios do Vale está infestada

vale do Taquari - mosquito da dengue

Metade dos municípios do Vale está infestada

Coordenadoria de Saúde alerta para 18 cidades da região infestadas com larvas do mosquito. A chegada do período mais quente do ano traz o alerta para uma doença que até alguns anos não constava no vocabulário dos brasileiros. A umidade, aliada às altas temperaturas, favorece a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue e de outras doenças como zika vírus e chikungunya. Quase metade dos municípios do Vale do Taquari é considerada com infestação do Aedes. De acordo com a Coordenadoria Regional de Saúde, dos 38 municípios, 18 precisam ficar em alerta

Metade dos municípios do Vale está infestada
Vale do Taquari

A chegada do período mais quente do ano traz o alerta para uma doença que até alguns anos atrás não constava no vocabulário dos brasileiros. A umidade, aliada às altas temperaturas, favorece a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e de outras doenças como zika vírus e chikungunya.

Metade dos municípios do Vale do Taquari é considerada com infestação do inseto. De acordo com a coordenadoria regional de saúde, dos 38 municípios, 18 precisam ficar em alerta.

No estado, de 305 municípios em que a Vigilância Sanitária realizou o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), 93 estão infestados.

Vale do Taquari     tem alto índice de infestação. São 18 dos 38 municípios

Vale do Taquari
tem alto índice
de infestação. São 18 dos 38
municípios

Até 2015, não havia nenhum registro. Em 2016, foram constatadas larvas do inseto em quatro cidades. Em 2017, outras quatro. Este ano, foram mais dez. O titular da 16ª Coordenadoria Regional em Saúde, Ramon Zuchetti, acredita que o número seja ainda maior.

A região não tem nenhum registro de caso de dengue autóctone, apenas casos importados, de pessoas que contraíram a doença fora e perceberam os sintomas ao voltar. Em Teutônia, este ano já foi registrado um caso. No estado, foram 21.

Situação preocupante

Para Ramon Zuchetti, da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde, a crescente infestação das cidades do Vale gera uma situação preocupante. “O que não aconteceu foi o vetor picar alguém contaminado. É aí que começa o ciclo todo. O mosquito pica alguém infectado e vai passar para as outras pessoas.”

O verão é a época de maior proliferação do inseto, embora no inverno ele também se reproduza. O mosquito costuma colocar os ovos nas paredes do recipiente próximo ao nível da água. Mesmo que passe muito tempo sem chover, o ovo resiste por até um ano. Quando a água voltar a subir, vai nascer o inseto.

“É um perigo real”, considera Zuchetti. “Nós insistimos para virar garrafa com bocal para baixo, tampar caixa d’água, recolher lixo, cuidar bromélia. A preocupação é evitar que a nossa região no futuro possa ter algum surto dessas doenças”, afirma.

Alvacir Ricardo é morador da Rua Coelho Neto, onde uma construção abandonada preocupa moradores

Alvacir Ricardo é morador da Rua Coelho Neto, onde uma construção abandonada preocupa moradores

Preocupação no São Cristóvão

Moradores do bairro São Cristóvão estão preocupados com uma construção abandonada na Rua Coelho Neto. A obra parada há cerca de três anos gera transtornos à circulação e à segurança. Com a queda dos tapumes, em um temporal recente, os vizinhos descobriram mais um problema. Agora, a preocupação é com o mosquito.

No subsolo da construção, onde seriam as garagens, há um fosso cheio de água parada. O buraco tem cerca de dez metros quadrados com profundidade de um metro e meio.

“Eles vão na casa da gente todo ano para ver o que tem no terreno. E aquele ali do lado fica como? Não vão notificar ninguém?”, indaga a moradora Sandra Diehl. Ela encaminhou denúncia junto à Vigilância Sanitária há um mês.

O pintor automotivo Alvacir Ricardo também mora na Rua Coelho Neto. Para ele, o caso não é apenas um incômodo para os moradores, mas uma questão de saúde pública.

“Enquanto o problema não fica sério, ninguém toma providências”, lamenta.

Quando um município é considerado infestado?

Um município é considerado infestado quando são encontrados dois ou mais focos próximos. Os técnicos depositam armadilhas em locais com suspeita da presença do mosquitos. São feitas também coletas em locais que, pela característica, favorecem a proliferação, como cemitérios, ferros velhos e terrenos baldios.

As larvas são coletadas e analisadas. Se for identificada alguma larva do Aedes aegypti, abre-se uma ampla fiscalização num raio de 200 metros no entorno. Se for encontrada outra larva, o local passa a ser considerado infestado.

Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya

Aedes aegypti,
transmissor da dengue,
zika vírus e chikungunya

10 dicas para evitar o Aedes

– Tampe tonéis e caixas d’água;
– Mantenha as calhas limpas;
– Mantenha pneus sob abrigo;
– Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
– Mantenha lixeiras bem tampadas;
– Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
– Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
– Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
– Retire água acumulada atrás da máquina de lavar roupa;
– Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água.

Matheus Chapari: matheus@jornalahora.inf.br

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