Formanda em Letras pela Univates, Letícia Krüger, 24, desenvolveu a cartilha A Leitura Compartilhada e seus Benefícios. No material, disponível no site da instituição, indica livros para serem lidos para crianças a partir dos 6 meses.
• Como era a sua relação com a leitura quando criança?
Minhas primeiras experiências foram na escola de Educação Infantil e na casa da minha tia. Um turno eu frequentava a escola e no outro ficava na casa dela. Aprendi com 5 anos, quando a minha tia ensinava minha prima a fazer os deveres de casa. Sempre fui curiosa e queria ver, ler tudo. Minha irmã fazia brincadeiras como perguntas, ditados, e de vez em quando me presenteava com livros. Minha brincadeira preferida era brincar de ser professora. Na adolescência, eu lia um livro por semana.
• Qual obra literária marcou a sua vida?
Sempre gostei de romances. Quando criança, era apaixonada pelos clássicos, como Cinderela e Rapunzel. Nas aulas do Ensino Médio, me encantei pelas obras de Machado de Assis. As histórias dele são irônicas, falam de coisas que todos sabem, mas não comentam. Na faculdade, tive contato detalhado com as obras de Machado. A cada análise das obras, aumentava ainda mais meu entendimento pelas narrativas e o meu amor pelo maneira de escrever do autor.
• Você fez uma pesquisa com 31 pais. De forma geral, como eles veem a leitura com os filhos?
Mais da metade dos que responderam afirmam ler aos filhos. Quatro mencionaram que a leitura compartilhada ajuda a desenvolver escuta sensível e a compreender o que foi lido. Três responderam que auxilia a desenvolver o raciocínio, a atenção e a refletir sobre o foi lido. O que mais chamou a atenção foram as respostas de três pais: apenas um mencionou que a leitura compartilhada fortalece o vínculo entre o adulto e a criança, outro respondeu que estimula a consciência fonológica e o terceiro pai fez referência à leitura compartilhada como ferramenta de auxílio no processo de leitura.
• Qual a diferença entre a criança ler sozinha e ler acompanhada pelos pais?
Sozinha ela não é estimulada a interagir, a identificar-se com os personagens e não desenvolve a escuta. Pais que contam histórias a seus filhos desde cedo contribuem no processo de aquisição da leitura e da escrita. É por meio da leitura feita por um adulto e do contato com o livro que a criança aprende os sons das palavras, amplia o vocabulário e cria o hábito de ler. O hábito de ler para e com a criança reforça os laços afetivos entre quem narra e quem escuta.
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br