Durante a infância, Tiago Kreutz se encantou com a música. Se dedicou a aprender diversos instrumentos e fez dela profissão. Hoje é regente do coral da terceira idade de Lajeado, além de outros dois, em Teutônia e Venâncio Aires. Também atua como trovador, nos cortejos natalinos da CDL Lajeado.
• Como começou sua relação com a música?
Desde pequeno, a gente olha alguém tocando um instrumento e fica encantado. Eu sempre tive aquela vontade de aprender a tocar. Na escola onde estudei, tinha uma professora que fazia oficina de flauta doce. Eu tinha uma facilidade e ela me convidou para fazer aula de teclado. Comecei a parte teórica, que foi muito importante. Depois passei a tirar as músicas de ouvido. Quando completei o Ensino Médio, consegui passar na UERGS, em Montenegro, e me formei em 2015.
• Qual a relação dos seus alunos da terceira idade com a música?
A música se torna tudo para eles. Por um lado, eles têm um pouco mais dificuldade, mas são bem mente aberta. Eles estão aprendendo e têm uma responsabilidade. Pode chover, pode ter inúmeras dificuldades para um ensaio ou apresentação, mas eles vão estar lá no horário combinado.
• Como é a atuação dos trovadores no cortejo?
Os trovadores são figuras históricas que traziam notícias através de músicas, como os menestréis na Idade Média. Foi um desafio novo. Para ser um trovador, precisa tocar um instrumento e ter empatia com as pessoas para trazer a mensagem para o povo. Ter uma formação não interfere muito. Não adianta ser um músico perfeito e não conseguir essa interação.
• Você sempre trabalhou com música?
Sim. Desde os meus 17 anos, quando fiz estágio no projeto Vida como instrutor de flauta. Tem fatores que são fundamentais, como acreditar no que tu faz. Em qualquer área que você se dedique com responsabilidade e faça bem-feito, você vai conseguir. Meus pais, mesmo não sendo da área, sempre me apoiaram e acreditaram que a música poderia ser meu ganha-pão.
• Como você vê o papel social da música?
Na música, as pessoas se transformam. Pode ser aquela criança que é super agitada, na frente do instrumento, é outra coisa. A música ajuda muito também na coordenação motora. Tive relatos de pessoas que se transformaram até na questão da disciplina. Essa prática de conjunto, de ter uma certa ordem, a parte que eu entro, respeitar a parte do colega e o silêncio, que também faz parte da música. É um lado muito rico. Você pode levar vários aspectos da música para toda a vida.
Matheus Chaparini: matheus@jornalahora.inf.br