EGR admite equívoco e promete corrigir pista da 453

Lajeado - APÓS PROTESTO, A SOLUÇÃO

EGR admite equívoco e promete corrigir pista da 453

Comunidade reclama da falta de acostamento após instalação da terceira pista entre Lajeado e Venâncio Aires

EGR admite equívoco e promete corrigir pista da 453
Lajeado

A mobilização de empresários e moradores do bairro Floresta parece ter alcançado o objetivo. Em reunião na manhã de ontem, integrantes da equipe técnica da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) admitiram retomar o traçado original da RST-453 (Rota do Sol).

Há quase três meses, com a obra de recapeamento da rodovia, foi ampliada a pista na direção Lajeado a Venâncio Aires. Foram instalados tachões em uma extensão de dois quilômetros. No entanto, o acostamento foi retirado.

O maior problema, adverte o coordenador de Projetos Especiais do governo de Lajeado, Isidoro Fornari, é no fluxo de Venâncio Aires a Lajeado. “Virou um corredor. Se furar o pneu de um carro, não tem onde parar.”

No encontro, que ocorreu na sede da empresa Construschorr, sete empresários apresentaram as reivindicações aos engenheiros civis da EGR, Desiree Schafer e Jéser de Souza Medeiros.

A reunião teve a presença dos empresários Roque Hepp, Fábio Zanoni, Darci Giovanella, Paulo Pohl, Leonício Schussler, Mayara Richter e Sérgio Schorr, além do representante do governo de Lajeado, Isidoro Fornari.

Roque Hepp

Risco para todos

Conforme o proprietário de uma empresa de implementos agrícolas, Roque Hepp, desde a mudança, ficou mais perigosa a saída e o acesso às empresas. “Se tornou um problema para todos. Estamos sem entrada e sem saída. Para fazer o retorno, tem de conduzir mais de dez quilômetros para qualquer lado. Isso vai saturar o trânsito na rodovia”, afirma.

De acordo com ele, o pedido do grupo é pelo retorno da pista simples em ambos sentidos, com a sinalização para conversões nos acessos ao bairro e às empresas.

O diretor de uma empresa de transporte, Fábio Zanoni, confirma os apontamentos de Hepp e acrescenta o risco para usuários do transporte coletivo. “Não há como os ônibus pararem para os passageiros embarcarem”, alerta.

Fábio Zanoni

Há empresas dos dois lados, diz Zanoni. “Tanto a chegada dos funcionários quanto a de clientes foi comprometida. Se trata de um risco para todos. Precisamos que sejam feitas as rótulas o mais breve possível.”

Adaptação começa hoje

Os engenheiros da autarquia vistoriaram os piores pontos da RST-453 e admitiram a necessidade de mudança. Em um primeiro momento, diz Medeiros, ocorre a troca na sinalização.

“Serão retirados os tachões e a pista simples será refeita. Importante salientar que a obra de recapeamento e ampliação do asfalto não será perdida, pois garantirá um acostamento de boa qualidade e com espaço para parada dos veículos.”

Engenheiros civis da estatal, acompanhados por Fornari, vistoriaram os trechos mais complicados da RST-453

Engenheiros civis da estatal, acompanhados por Fornari, vistoriaram os trechos mais complicados da RST-453

Na reunião de ontem, não havia definição da EGR quanto ao prazo. “Dependerá do cronograma da empresa que presta o serviço de sinalização”, diz Desiree.

Essa indefinição desagradou um dos integrantes da reunião. “O tempo pedido pelo setor público é diferente do nosso. Para vocês, será em no mínimo um mês. Precisamos dessa mudança para amanhã”, criticou o empresário Paulo Pohl.

Para uma definição sobre o prazo para o retorno da pista simples, os engenheiros se comprometeram em repassar o cronograma aos empresários assim que houver uma resposta. Às 17h de ontem, foi confirmado o início da adaptação para hoje. Conforme Fornari, primeiro será feita a pintura da pista, com o fim da terceira faixa, para depois ser feita a retirada dos tachões.

Rótulas

A segunda etapa será a construção de rótulas para garantir mais segurança no acesso e saída de caminhões das empresas. Nesse momento, também será alterado o limite de velocidade na área urbana da rodovia. “Essa parte precisa de um prazo maior. Se tudo der certo, no mínimo, um ano e meio.”

Outro aspecto com o qual a EGR se comprometeu foi com os abrigos de ônibus. Conforme Medeiros, é possível pavimentar as paradas, afastando um pouco mais da pista.

Relembre

No dia 10 de dezembro, moradores, empresários e trabalhadores do trecho protestaram contra as mudanças impostas pela EGR. Mais de 50 pessoas se concentraram às margens da rodovia. A manifestação ocorreu no quilômetro 28.

relembre a hora

Na ocasião, além dos riscos de acidentes entre caminhões, o A Hora trouxe o perigo de atropelamentos. A escola de Ensino Fundamental Pedro Welter fica a 100 metros da pista. Muitos estudantes que moram do outro lado precisam atravessar a rodovia. No trecho, não há passarela, apenas uma faixa de pedestre.

“Tem a faixa, mas o pessoal não respeita. As crianças todas atravessam por ali. Na hora do pique, meu Deus, não é fácil”, disse o presidente da associação de moradores do bairro, Arno Eidt, na publicação do dia 11.

Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br

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