Pouco depois de o mestre de cerimônia da Acil, Juarez Fonseca, iniciar a apresentação do histórico da senadora Ana Amélia Lemos, seu microfone foi tomado por ela.
“Vamos direto ao ponto. Sei que trata-se de uma formalidade e admiramos o seu trabalho. Mas temos muito o que falar sobre o cenário político”, adianta.
Convidada para a última palestra do ano das reuniões-almoço da Acil, a senadora abordou o cenário político e econômico após as eleições, os desafios e perspectivas dos novos governos federal e estadual e dos legisladores, bem como as principais reformas necessárias e a importância do combate à corrupção.
Elogiada pelo legado deixado no Senado, a presidente da Acil, Aline Eggers, enfatizou que “Ana Amélia Lemos se despede do cargo depois de brilhantes oitos anos de trabalho representando o estado.
Balanço
Prestes a encerrar o mandato como senadora, no dia 31 de janeiro, Ana Amélia, que concorreu como vice-presidente na eleição presidencial ao lado de Geraldo Alckmin (PSDB), criticou o atual sistema político que favorece partidarismos e o “toma lá, dá cá”.
“Torna-se difícil um governador, presidente ou até mesmo prefeito não ter de buscar conciliar-se com partidos com ideologias contrárias para conseguir de fato realizar as ações de seu mandato.”
Em sua palestra, criticou o Partido dos Trabalhadores (PT), estatais que trazem prejuízos aos cofres públicos e benefícios “fora de contexto” que parlamentares em Brasília recebem, tal como o “auxílio-mudança” orçado em R$ 40 mil.
“Mesmo que um político que já mora em Brasília seja reeleito, ainda assim, receberá auxílio- moradia. Tem sentido uma coisa dessas? Isso sai do bolso do contribuinte”, enfatiza.
Síntese
Fazendo um breve resumo do mandato de oito anos como senadora, Ana Amélia foi sucinta. “Fiz mais em oito anos de Senado do que em 40 de jornalismo.”
Autora de cinco leis e uma emenda constitucional já em vigor, a senadora apresentou 114 projetos, além de ter relatado mais de 480 propostas.
De antemão, já anunciou que em 2022 concorrerá novamente ao Senado. Em relação ao que pretende fazer durante os próximos quatro anos, se vai integrar o escalão do presidente Jair Bolsonaro ou do governador do Estado Eduardo Leite, afirmou que “não vai abandonar a política e que, independente do que fizer neste período, fará com o mesmo empenho que lhe outorgou o reconhecimento de uma das parlamentares mais ativas no Senado.”
Entre os participantes da reunião-almoço da Acil, estiveram o prefeito Marcelo Caumo, a vice Glaucia Schumacher, líderes políticos, empresários e representantes do Codevat, Conselho Regional de Educação e Câmara de Indústria, Comércio e Serviços.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br