Vidas marcadas

Editorial

Vidas marcadas

Pelas estatísticas de acidentabilidade, o fim do ano é um dos períodos com mais mortes no trânsito. Conforme o Detran, em dez anos, de 2007 até 2017, morreram 1.746 pessoas no mês de dezembro. Justo na época de confraternização das…

Pelas estatísticas de acidentabilidade, o fim do ano é um dos períodos com mais mortes no trânsito. Conforme o Detran, em dez anos, de 2007 até 2017, morreram 1.746 pessoas no mês de dezembro. Justo na época de confraternização das famílias, em que há um sentimento de comoção coletiva. Ainda assim, o comportamento do motorista, de desrespeito às normas de trânsito, segue como principal motivo das mortes, como apontam os órgãos responsáveis pela fiscalização.
Matéria desta edição do A Hora traz o alerta. Do total de acidentes com mortes no RS, 60% acontecem em rodovias, sejam estaduais ou federais. O excesso de velocidade, as ultrapassagens proibidas, o uso do celular e o consumo de bebidas alcoólicas estão entre as infrações mais comuns para os acidentes.
Esse comportamento dos motoristas traduz muito dos problemas da sociedade. A pressa se tornou justificativa para colocar a própria vida e a de terceiros em risco, e espalhar pelos grupos de mensagens os locais de blitz é um hábito usual para fugir da punição. Exemplos da inversão de valores em curso. O medo da punição supera o respeito à vida.
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A mortalidade nas rodovias e ruas do país equivale a uma guerra civil. O Brasil está entre os mais violentos do mundo. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes matam quase 50 mil pessoas por ano. Uma média de 23,4 pessoas para cada cem mil habitantes. O país está entre os cinco da América com maior número de vítimas. Os acidentes fatais representam 130 mortes por dia.
Pela análise da OMS, a insegurança no trânsito tem relação com os índices de desenvolvimento humano e educação. A partir da pesquisa do órgão, países emergentes representam 54% da frota mundial e quase 90% dos acidentes com morte são nesses territórios.
É preciso uma nova cultura no trânsito. Cumprir as normas é obrigação. Mais do que isso, é respeitar a si próprio e a vida do outro. Só com uma mudança cultural, é possível reduzir a violência no trânsito.

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