Estratégia de sucesso em ambientes em que a inovação tecnológica é fonte de desenvolvimento regional, a união entre entidades privadas, sociedade, poder público e a universidade foi sacramentada nessa sexta-feira, 14, na Univates.
Ao longo da tarde, foram realizadas palestras e encontros para definir as linhas que irão nortear as ações práticas para o setor. Entre elas, está a criação da agência de desenvolvimento e inovação de Lajeado, que será responsável por implantar as atividades operacionais e buscar os recursos necessários para viabilizar as ações.
De acordo com a coordenadora administrativa do Tecnovates, Cíntia Agostini, as palestras foram apresentadas por Claudio Marinho, responsável pela criação do Porto Digital de Recife, um dos principais ambientes de inovação do mundo.
Marinho falou sobre a interação entre os diferentes atores para o sucesso da criação de um ambiente de inovação e empreendedorismo. “Após ouvir e entender como isso funciona no Porto Digital, vamos criar as nossas propostas.”
O Porto Digital está entre os dez destinos tecnológicos mais listados do mundo. Recentemente, a Exame classificou Recife como Vale do Silício brasileiro. É um dos principais parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil e é um dos representantes da nova economia do estado de Pernambuco.
A atuação do Porto Digital ocorre nos eixos de software e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Economia Criativa (EC), com ênfase nos segmentos de games, cine-vídeo-animação, música, fotografia e design. Desde 2015, o Porto Digital passou a atuar no setor de tecnologias urbanas como área estratégica.
Conforme Cíntia, faz algum tempo que existem iniciativas voltada para inovação em Lajeado. Cita como exemplo a criação do Plano Diretor da cidade, realizado pelo poder público, a proposta da Rota da Inovação, criada pela Univates, e a Comitê do Empreendedorismo, formado pelo Sebrae para reunir o setor empresarial.
“Pegamos todos esses movimentos paralelos e criamos esse desenho, que visa afunilar todos essas ações e iniciar em 2019 um processo único de gestão”, ressalta. Segundo Cíntia, a ideia é criar três grupos. Um deles delimitará linhas estratégicas para o desenvolvimento de Lajeado. “É um grande movimento para dizer o que queremos para Lajeado do futuro, com a participação de diversas entidades”, relata.
Outro grupo, formado pelo Comitê de Empreendedorismo, definirá ações e implementar atividades pontuais em menor escala.
O terceiro grupo seria o Agência de Desenvolvimento, ainda não criada, e que terá a incumbência de, inclusive, captar recursos para executar os grandes projetos voltados para o desenvolvimento tecnológico de Lajeado.
Projeção para 2019
Prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo afirma que os encontros representam o fechamento de um ano em que o poder público, a universidade e os empresários buscaram incentivar a ideia de desenvolvimento em diversos setores.
“Na maioria dos locais onde o desenvolvimento tecnológico tem sucesso, existe uma grande cooperação entre o poder o público, universidade, empresários e entidades”, aponta. Dessa forma, completa, o ano foi dedicado a unificar discursos e conhecer estratégias que são utilizadas em outros lugares. “Não vamos conseguir copiar em Lajeado o que deu certo em outros lugares. Temos que criar o nosso caminho com a base que temos na região”, ressalta.
Representante da Acil, o empresário Jorge Faccioni afirma que o setor empresarial foi em busca da universidade e do poder público para unificar os esforços realizados nas diferentes esferas em uma única direção.
“Tivemos algumas reuniões, primeiro com a Univates, depois com a prefeitura, e assinamos uma carta de intenções, onde todos assumiram a responsabilidade de desenvolver um trabalho com foco único”, explica.
Para ele, a palestra com Cláudio Marinho é o ponto de partida para definir o que pode ser feito na cidade. “Como isso será feito, será definido em um segundo momento”, frisa. Para Caumo, o momento também é importante para montar uma agenda de ações para 2019.
Pensar o vale
O desenvolvimento econômico e social do Vale do Taquari a partir das ferramentas de tecnologia e inovação são tema da revista TUDO, a ser publicada no próximo fim de semana.
O jornalista Rodrigo Martini visitou três países da Europa – Alemanha, Itália e Portugal – onde percorreu parques tecnológicos, universidades e cidades que encontraram o rumo do desenvolvimento a partir da adoção de práticas inovadoras.
Na Alemanha, uma das cidades visitadas foi Erlangen, onde fica o Medical Valley. O polo tecnológico de biotecnologia serve de referência para o projeto de tornar o Vale do Taquari um polo internacional no ramo da saúde.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br