A rua Júlio de Castilho foi tomada por abraços e sorrisos na manhã dess sexta-feira durante a caminhada em alusão à Promoção da Vida, incentivada pela Secretaria de Saúde.
O movimento foi um ato de solidariedade e preocupação em decorrência da incidência de acontecimentos envolvendo a saúde mental e os problemas de depressão nos últimos meses.
Cerca de cem pessoas com balões e cartazes com frases de incentivo à vida percorreram o trajeto da Praça da Matriz até o Posto Faleiro, distribuindo informações referentes aos locais e grupos de apoio à saúde.
Relações positivas
Uma delas era a coordenadora de Saúde Mental de Lajeado e psicóloga, Graciela Pasa. Ela conta que a ação foi pensada com a intenção de resgatar sentimentos e forças de positividade que são condições humanas.
“Além do contato e informações de saúde, hoje também é um dia de distribuir abraços e fazer as pessoas entenderem como a vida delas tem importância.”
Participaram agentes comunitários do Centro de Atenção Básica, representantes do Comitê de Promoção à Vida, estudantes residentes da área multiprofissional, secretário da Saúde, Brigada Militar, agentes de trânsito e usuários dos serviços de saúde disponibilizados pelo município.
“Algumas pessoas de Estrela e Cruzeiro do Sul souberam da caminhada pelas redes social e também vieram”, ressalta.
De acordo com Graciela, que assumiu o cargo faz duas semanas, o trabalho realizado na unidade é avaliar o impacto das ações realizadas em apoio aos usuários dos serviços e procurar cuidar da fragilidade humana, acolhendo-os para que não sintam-se sozinhos.
Um dos grupos pertencentes à coordenadoria é o CAPS Álcool e Drogas, no qual Daiana Pires, 26, é educadora social. Ela ministra oficinas de Música, Artesanato, Culinária e artes diversas a fim de apoiar e atender algumas necessidades dos usuários do serviço.
“Com certeza eles saem daqui diferentes. É muito bom saber que estamos fazendo algo por essas pessoas. E elas precisam saber que estamos aqui por elas”, lembra.
Paloma Markus, 26, estudante residente do curso de Medicina, ressalta que problemas relacionados à saúde mental sempre foram muito expressivos e cada vez mais merecem atenção.
“Quando trabalhamos com pessoas, precisamos saber que elas são íntegras, não tem como separar o corpo e a mente. E a necessidade por esse cuidado perpassa a realidade social ou questões familiares”, explica.
Ela ainda alerta para as divulgações sobre os casos nas redes sociais, e para os cuidados ao tratar pessoas que possam ter alguma tendência à depressão.
“Ainda há muito preconceito com a saúde mental, isso também tem que mudar. As pessoas não precisam ter vergonha, existem muitos profissionais e rodas de conversas preparadas para ajudar”, ressalta.
Bibiana Faleiro: bibiana@jornalahora.inf.br