O fechamento das contas municipais é, mais uma vez, um assunto que causa preocupação entre prefeitos gaúchos. Pesquisa da Famurs aponta que 1/3 das administrações municipais encerrará o ano sem quitar todos os compromissos.
Conforme o estudo, os municípios deixarão pendências financeiras com fornecedores de serviços de saúde, transporte, limpeza e coleta de lixo, entre outros (29%), com contas de água, luz e telefone (16%) e com encargos da folha de pagamento (13%). Ao todo, 347 municípios responderam o questionário.
O levantamento revela que 62% dos gestores municipais alegam que terão dificuldade para terminar 2018 no azul. De acordo com o presidente da Famurs e prefeito de Garibaldi, Antonio Cettolin, a dificuldade financeira é provocada pelo crescimento das obrigações transferidas aos municípios. “Nos últimos anos, vêm crescendo a quantidade de demandas que os municípios têm assumido, provocando um aumento considerável das despesas. Por outro lado, as receitas dos municípios não têm acompanhado essa evolução, e isso vem dificultando o fechamento das contas”, alerta Cettolin.
Entre os principais problemas enfrentados pelos gestores locais, está a dívida de aproximadamente R$ 650 milhões do governo do Estado com os municípios na área da saúde. O crescimento de despesas com combustíveis e energia elétrica e o aumento das demandas judiciais em saúde e educação também são fatores que atravancam a gestão financeira e prejudicam o encerramento do ano fiscal.
13º salário em dia
Apesar das dificuldades, a pesquisa da Famurs revela que a maioria dos municípios conseguirá quitar o 13º salário dos servidores. De acordo com o estudo, 69% dos municípios pagarão em dia, 29% anteciparão o pagamento e somente 2% não conseguirão vencer o compromisso até o dia 20.
O levantamento mostra que 94% dos municípios utilizarão recursos próprios para quitar o salário extra e 3% terão que recorrer a auxílio ou empréstimo. Outros 3% não responderam como pagarão.