A vida em comunidade traz recompensas. O retorno não está em bens materiais, mas em agradecimento pelos voluntários fazerem a diferença. Esse sentimento fica evidente durante os encontros pelos bairros de Lajeado.
No domingo, a festa em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, padroeira do Universitário, reuniu quase 400 pessoas. A programação iniciou com missa e na sequência ocorreu a confraternização no salão da comunidade.
Conforme a coordenadora da comunidade, Tânia Maria Verruck, são 200 associados na organização. “Em todos os anos contamos com um bom público. Trabalhamos muito para garantir uma boa festa e com muitas atrações.”
De acordo com ela, em Lajeado, as pessoas mantêm o interesse em eventos comunitários. “Isso ainda é muito forte. Ver as pessoas participando nos motiva para continuar esse trabalho.” Para Tânia, essas atividades precisam ser valorizadas como forma de garantir a continuidade dessa tradição. Mais de 30 voluntários trabalharam na organização da festa, conta a coordenadora.
Envolvimento e bom humor
Para garantir o almoço, seis mulheres se dividiam nas tarefas. O preparo começou no sábado, conta Clarice Streb. “Cozinhamos a batata. É preciso se antecipar, se não a gente não vence.” No domingo, ela e Paulina Machado foram as primeiras a chegar. “Eram 7h. A primeira coisa que fizemos foi o molho para a macarronada.”
Entre o corte das saladas e as bocas do fogão, o bom humor impera. As brincadeiras ajudam a manter o grupo unido, dizem as cozinheiras. Segundo Clarice, dedicar um domingo para ajudar a comunidade é um prazer. “É bom. A gente vem e se diverte enquanto trabalha.”
Juventude distante
Entre os churrasqueiros, em meio ao calor do fogo, uma constatação: há poucos jovens envolvidos na comunidade. A afirmação é do vice-presidente da comunidade, Ernani Braun. “A nova geração não se interessa em participar da igreja, do futebol ou das atividades comunitárias. Se não é os mais velhos pegar junto, não acontece mais nada.”
Para ele, isso traz um risco para o futuro. “Quem vai nos substituir? Até na minha casa tenho dificuldade em fazer os filhos participar. Eles até vêm para almoçar, mas, se tiver que trabalhar, daí complica.”
A imersão tecnológica, acredita, faz com que os jovens se afastem das atividades comunitárias. Fazer os mais novos participarem é um desafio. “Acredito que a melhor forma é o diálogo dentro de casa. Fazer eles entenderem a importância de olhar para o outro, de se preocupar com a nossa rua, com o nosso bairro e com a nossa cidade. Se for por imposição, não vai dar certo.”
Para assar os mais de 200 quilos de carne, seis voluntários se prontificaram. “Um deles é o meu irmão. João veio de Estrela para nos ajudar”, conta Ernani.
Na copa, um exemplo
Para toda regra há exceção. Como Ernani disse, há poucos jovens participando das atividades. Na copa, uma adolescente de 14 anos mostra que existe como fazer os mais novos se envolverem com a comunidade. Rayssa Daviez ajudava no atendimento.
O avô, Laércio Daviez, conta que a neta é participativa. “Ela toca violão nas missas. Está sempre do nosso lado.”
Mapa da Cidade
Logo após o almoço, a equipe do Grupo A Hora comandou a integração com a comunidade. O momento foi de brincadeiras e distribuição de brindes. O projeto Mapa da Cidade foi lançado em 2017 e tem como propósito aproximar o A Hora dos bairros de Lajeado.
Por meio das publicações no jornal, abre-se espaço para as demandas, carências e potencialidades dos bairros. O projeto conta com o patrocínio da CBM Materiais Elétricos, Olicenter, Arla e Poolseg.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br
