Segundo a contadora Gabriela Gracioli, nesta época do ano, as promoções e promessas de pagamentos a perder de vista podem representar armadilhas financeiras. Um dos grandes vilões se chama cartão de crédito, já que muita gente não controla os gastos.
Quando chega a fatura, o valor total é uma surpresa ruim, e o pagamento mínimo parece ser a melhor saída. Contudo, os altos juros acabam elevando caaa vez mais o conta, contribuindo para o endividamento. “Se transforma em uma bomba financeira, muitas vezes, levando a pessoa à falência financeira pessoal.”
Na hora de comprar os presentes, é preciso levar em consideração a necessidade de gastos. “Preciso mesmo comprar cinco presentes por conhecido?”, exemplifica Gabriela. Mesmo que as promoções pareçam atraentes e o parcelamento, facilitado, o exagero deve ser evitado.
Além disso, é importante questionar o vendedor sobre a oferta e ler com calma os materiais informativos da campanha. Em muitos casos, os juros retroativos não compensam o prazo de pagamento.
O mesmo vale para as férias. Se estiver em um lugar diferente, vale explorar os atrativos naturais, que tem entrada gratuita, como parques e museus. O custo com alimentação e estadia também deve ser calculado para não extrapolar. “Estar de férias é maravilhoso, mas sempre temos que lembrar que as férias acabam e as contas chegarão para quitação.”
Compras on-line
Em busca de valores menores ou até de opções não disponíveis no comércio local, muita gente opta pela internet na hora de comprar presentes. Mas é preciso estar atento para não cair no prejuízo.
O primeiro passo é escolher sites confiáveis. Uma forma simples de verificar isso é conferindo se há a presença de um cadeado no canto direito da página, ilustração que garante a idoneidade do fornecedor.
Também é importante checar o valor das despesas com frete e taxas adicionais. Quando a mercadoria vem de muito longe, o custo com a entrega pode sair mais caro do que a compra em lojas físicas. Uma boa opção é aproveitar para comprar todos os presentes com o mesmo vendedor, chegando a valores que isentam o frete.
Nesse caso, imprima a página com a descrição do produto. Se ele não tiver as especificações informadas na hora da compra, isso servirá como documento para eventual cancelamento ou substituição.
Ao receber a mercadoria, é necessário verificar se tudo está de acordo com o que foi pedido. Se houver alguma irregularidade, o produto deve ser devolvido, especificando na nota de entrega o tipo de problema.
Um dos itens mais importantes para o consumidor internauta é estar ciente de que, como a rede é mundial, as páginas hospedadas fora do Brasil seguem as normas estabelecidas nos seus países de origem.
Quem tiver problemas ao comprar produtos em sites internacionais terá de resolvê-los diretamente com a empresa com a qual adquiriu o produto porque, legalmente, é considerado o importador direto das mercadorias.
Orientações para compras no fim de ano
- No caso de mercadorias que necessitem ser entregues em domicílio, solicite que o prazo de entrega seja registrado na nota fiscal ou recibo.
- A troca de produtos sem defeito é uma liberalidade do estabelecimento. Portanto, confirme se existe a possibilidade de a mercadoria ser trocada, caso não seja do agrado de quem recebeu.
- A aceitação de cheques é uma liberalidade dos estabelecimentos. Porém, a partir do momento que o cheque é aceito, o lojista não pode fazer restrições de, por exemplo, não aceitar cheques de contas recentes. Vale lembrar que as lojas não são obrigadas a receber cheques de terceiros, de outras praças ou cheques administrativos.
- Nos pagamentos com cheques pré-datados, faça-os nominais à loja, datando-os de acordo com o acertado no momento da venda. Exija a forma de pagamento na nota fiscal, os números dos cheques utilizados e as datas dos depósitos. Dessa forma, o consumidor documenta-se caso o lojista deposite os cheques antes do combinado.
- Vale-presente: defina com o lojista e anote na nota fiscal de que forma será restituída eventual diferença de valores entre o vale-presente e a efetiva aquisição do produto. O estabelecimento é obrigado a restituir a diferença em moeda corrente, contravale ou de forma a complementar o valor para aquisição de outro produto.
- Nas compras a prazo, como os juros não são tabelados, deve-se pesquisar as taxas praticadas entre as financeiras. O consumidor tem direito à informação prévia e adequada sobre: preço à vista em moeda corrente, montante de juros de mora da taxa efetiva anual de juros, acréscimos legalmente previstos, número e periodicidade das prestações e valor total a pagar, com e sem financiamento.
