Dois homens armados entraram ontem na Lotérica Santa Clara, na avenida 28 de Maio, renderam funcionários e roubaram o dinheiro do caixa. O crime aconteceu por volta das 12h e foi testemunhado por clientes e pessoas que transitavam no centro. A quantia levada pelos bandidos não foi divulgada.
Segundo relatos de moradores, a dupla fugiu em um veículo Peugeot preto, com placa de Santa Cruz do Sul, estacionado a cerca de 10 metros do estabelecimento, na rua 2 de Novembro.
Outros dois comparsas esperavam no carro para efetuar a fuga. Os quatro criminosos não usaram máscaras, ignorando a presença de câmeras na lotérica.
Ousadia para passar arma
Conforme informações da Brigada Militar (BM), apesar de ser equipado com porta giratória e detector de metal, o sistema de segurança da lotérica foi superado pela ousadia dos assaltantes.
O primeiro entrou desarmado e recebeu o revólver do parceiro, por meio do compartimento de itens pessoais. Assim que o companheiro também passou pela porta, o assalto foi anunciado.
Uma viatura da BM chegou minutos depois do assalto. Após a coleta de informações, buscas foram feitas no interior do município e em cidades vizinhas.
Cerco em Cruzeiro do Sul
Durante a tarde, o quarteto foi identificado pela polícia em Cruzeiro do Sul, em uma estrada do interior que liga a Venâncio Aires, divididos em dois veículos: o Peugeot e um Vectra prateado.
Com a aproximação da viatura, os criminosos que estavam no primeiro carro abandonaram o automóvel e se esconderam na mata. Os suspeitos do Vectra conseguiram escapar.
Após cerca de três horas de cerco, a polícia deixou o local sem encontrar os autores. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.
“Ano atípico”
A sequência de crimes ao longo de 2018 coloca em alerta as autoridades políticas e as forças de segurança. Em março, Santa Clara do Sul foi destaque na imprensa estadual quando a agência do Banco do Brasil foi explodida em assalto.
Em junho, um homicídio em pleno centro do município também chocou a comunidade. Em agosto, o alvo foi a unidade dos Correios em mais um assalto.
“Este ano foi atípico no que se refere à insegurança, sendo registrados vários casos de criminalidade no município”, reconhece o prefeito Paulo Kohlrausch.
Para ele, a falta de segurança é um problema que assola todo o país. Assim como nas demais cidades do Brasil, há carência de policiais, de armamento e de viaturas, o que inviabiliza um patrulhamento mais ostensivo.
Impasse atrasa câmeras
Em junho, o governo solicitou apoio do Comando Regional de Polícia Ostensivo (CRPO). O coronel Ricardo Alex Hoffmann ordenou que o Batalhão de Operações Especiais (BOE) atuasse de maneira sistemática no município.
Em setembro, a administração contratou empresa de segurança para fazer a vigilância noturna. O Executivo definiu a instalação de 12 câmeras de monitoramento.
“Aderimos ao registro de preços do município de Estrela, acertamos todo o contrato com a empresa que faria a prestação dos serviços e daí anunciamos a colocação dos equipamentos para novembro deste ano, conforme havia sido prometido pela empresa”, comenta o prefeito.
Segundo ele, no momento de assinar o contrato, a empresa entendeu inviável o próprio projeto e quis incluir itens não acordados que encareceriam o projeto, o que teria motivado o seu cancelamento.
O governo tentou aderir ainda ao registro de preços do Consisa, mas por “briga jurídica” das empresas participantes da licitação, o processo foi impugnado. Um novo registro deve ser lançado pelo órgão nos próximos dias.
Enquanto isso, o município afirma manter tratativas paralelas com o objetivo de agilizar ao máximo a contratação do sistema de monitoramento por câmeras.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br