O panorama educacional do Brasil suscita preocupação. A cada nova pesquisa, avaliação ou estudo, fica evidente a necessidade de um esforço coletivo para repensar o ensino nacional. Um primeiro movimento imprescindível é a valorização do professor.
Sobre essa tônica, um novo choque de realidade. Estudo conduzido em 35 países para avaliar o status dos professores na sociedade mostrou que o Brasil é o que menos valoriza esse profissional. O estudo foi feito pela Varkey Foundation, uma ONG fundada pelo indiano Sunny Varkey, que tem como objetivo melhorar os padrões de educação para crianças carentes.
Para a coleta, foram entrevistadas mil pessoas em cada um dos países. O objetivo é identificar o valor dado pelas pessoas à função dos docentes em comparação com outros ofícios. Na lista de 14 ocupações, a de professor ficou em sétimo lugar, na média de todos os países.
Enquanto na China, Malásia, Taiwan, Rússia e Indonésia ser professor forma as cinco principais profissões no ranking de valorização. Nos dois primeiros, assim como na Rússia, a importância do professor é equiparada à dos médicos.
Os cinco piores colocados são Argentina (31º), Gana (32º), Itália (33º), Israel (34º) e Brasil (35º). No país, os professores foram comparados aos bibliotecários, em termos de status social.
Também fez parte do questionário a avaliação de respeito dos alunos aos mestres. Nesse aspecto, mais uma vez, o Brasil teve o pior resultado. Menos de 10% das pessoas acreditam que o aluno respeita o professor. Na China, esse percentual é de 80%.
Em defesa do professor
Como uma forma de ajudar a reverter esse quadro, o A Hora idealizou neste ano o Programa Ensino e Educação (PENSE) Solidário. A iniciativa conta com o apoio da Univates, Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), 3ª Coordenadoria Regional de Educação (3ª CRE), Sicoob, Instituto Dale Carnegie e Centro Regional de Oncologia (Cron).
O programa surgiu para valorizar a atuação dos professores e fazer com que a sociedade se envolva no processo de melhoria do ensino no Vale do Taquari.

A Hora publicou quatro cadernos PENSE. Iniciativa busca valorizar os docentes
Caderno PENSE
Ao longo de 2018, o A Hora produziu conteúdo especial sobre o programa. As publicações bimensais trouxeram reportagens sobre os dilemas da educação. Começou com o interesse dos jovens em seguir a carreira de docente (1ª edição, maio e junho – Como seria o mundo sem professor?). Em julho e agosto, a cultura cibernética (O desafio da inserção tecnológica no ensino). Os índices de reprovação do Vale (edição de setembro e outubro – Estudar para passar ou para aprender?). Na edição de novembro e dezembro, o caderno foi pensado para inspirar. Trouxe iniciativas desenvolvidas nas escolas com destaque para a 23ª edição do livro Os Jovens Poetas de Lajeado.
Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br