Os primeiros brasileiros do Mais Médicos começaram a atuar em municípios da região. Com prazo de apresentação até o dia 14, algumas cidades do Vale já contam com o trabalho dos sucessores dos profissionais cubanos. O fim da parceria com o país caribenho no mês passado representou a saída de pelo menos 40 médicos da região.
Seis municípios receberam nesta semana novos profissionais. É o caso de Lajeado, Ilópolis, Tabaí, Mato Leitão, Roca Sales e Boqueirão do Leão. Das 27 cidades do Vale onde existe o programa, apenas Anta Gorda e Ilópolis não receberam inscrições por meio do novo edital lançado pelo governo federal.
A reposição já iniciou na cidade mais populosa da região. Ontem, 4, foi o primeiro dia de trabalho das médicas Patrícia Tramontini, de Lajeado, no Posto de Saúde do Centro, e Mônica de Campos, de Venâncio Aires, no posto do bairro Montanha.
Conforme o secretário de Saúde, Tovar Musskopf, outros sete ainda são aguardados após a saída dos nove cubanos. “Alguns já entregaram os documentos e devem iniciar em breve. Dois, porém, ainda estão avaliando se vão atuar em Lajeado”, revela.
Para Musskopf, a rápida reposição mostra que o Ministério da Saúde foi ágil e eficiente para atender os municípios brasileiros. “Foi muito importante ter os médicos cubanos durante esse período, mas as substituições mostram que podemos resolver os nossos problemas com profissionais brasileiros”, opina.
Documentações
Em Teutônia, o secretário de Saúde, Hélio Brandão, recebeu ontem os dois profissionais que se inscreveram para as vagas decorrentes da saída de três cubanas. Renato de Lucena, 23, de Pernambuco, deve começar nos próximos dias. Já Paulo R. de Oliveira Mattos, do Rio de Janeiro, iniciará no próximo mês. A administração municipal ainda aguarda o terceiro profissional.
Em Estrela, as duas médicas que substituirão os cubanos devem iniciar os atendimentos na próxima semana. Conforme a assessoria do município, as documentações já começaram a ser encaminhadas. Elas trabalharão no programa Estratégia Saúde da Família (ESF) dos bairros Moinhos e das Indústrias.
Em Taquari, a profissional substituta já fez contato com o município e também providencia os documentos necessários. A mesma situação ocorre em Encantado, onde ingressarão dois profissionais nos próximos dias para repor a saída dos dois cubanos. Arroio do Meio não teve problemas, porque os médicos do programa são brasileiros.
Vagas abertas
A secretária de Saúde, Assistência Social, Meio Ambiente e Habitação de Anta Gorda, Anadir Canello Souza, informa que o município está desfalcado no Programa Mais Médicos desde março, quando o profissional venezuelano se desligou da função. Como o edital do governo federal previa apenas a reposição dos médicos cubanos, a cidade não foi contemplada.
Assim que o novo chamamento for feito, após o dia 14, o município espera ser incluído na lista de cidades que precisam de novos profissionais. Para dar conta de demanda de cerca de seis mil habitantes, a administração contratou um médico terceirizado.
“Nosso município realmente precisa de mais um profissional. Já comunicamos o Ministério da Saúde e esperamos ser contemplados no próximo edital”, afirma.
Em Ilópolis, o fim da parceria entre Cuba e Brasil causou a saída de dois médicos. Conforme a secretária de Saúde e Assistência Social, Ana Capra Ecker, um remanejamento foi necessário para manter os atendimentos, com o auxílio de outros dois profissionais contratados.
Nessa segunda-feira, um profissional residente na cidade vizinha de Itapuca começou a trabalhar por meio do programa. A outra vaga continua aberta. Pela lista do Ministério da Saúde, uma profissional do Rio de Janeiro está inscrita no edital. No entanto, o governo municipal não conta com o seu ingresso, visto que nenhum contato foi feito pela médica.
“Como ela é do RJ, achamos difícil que queira vir trabalhar em Ilópolis”, comenta Ana. Segundo a secretária, há dificuldades para manter o funcionamento pleno dos serviços de saúde, mas como dezembro é um período com menos demanda a situação não está tão grave. “É claro que precisamos suprir a vaga no próximo edital”, pondera.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br