O excesso de velocidade é o maior risco para pedestres, ciclistas e motoristas de Lajeado. Tanto que a cidade é uma das líderes em acidentes fatais no RS. Conforme levantamento do Detran, o município ficou na 12º posição com mais mortes nas vias urbanas em 2017.
Para garantir a fiscalização e punir condutores que desrespeitam a lei, o Departamento de Trânsito pretende modificar a estratégia. Conforme o coordenador Vinícius Renner, o município irá comprar um radar móvel, instalar pelo menos seis lombadas eletrônicas e detectores de furo dos semáforos, a partir do próximo ano.
A medida inclusive já foi aprovada pelo Conselho Municipal de Trânsito. “Estamos na fase do diagnóstico. Trabalhamos na elaboração dos estudos de viabilidade”, afirma Renner. Após essa etapa, diz, será produzido o edital de licitação.
Segundo o coordenador de Trânsito, uma das formas de mudar o comportamento do condutor é por meio das multas. “As pessoas estão cada vez mais intolerantes. Sempre apressadas e isso se intensifica no trânsito. Estar atrasado não pode ser desculpa para colocar a vida dos outros em risco.”
Em um primeiro momento, o governo estima que os equipamentos estejam em operação só em 2019. Quanto ao investimento, o radar móvel tem um custo estimado de até R$ 100 mil. As lombadas seriam por meio de contrato de locação, previsto em até R$ 3 mil por mês.
Quebra-molas em revisão
No início de 2017, já havia um indicativo da instalação de “pardais” em vias do município. Na época, o responsável pelo Departamento de Trânsito era Carlos Kayser. Ele chegou a se reunir com representantes da empresa Kopp, de Vera Cruz, para verificar valores de locação dos aparelhos.
No decorrer do ano, houve uma mudança estratégica e o município recuou dessa decisão. A partir de então, começaram a ser instalados quebra-molas nas proximidades de escolas e em ruas onde havia indicativos de excesso de velocidade. O número de pedidos para redutores de velocidade superou 300. “Não tem como manter. A cidade vai se tornar só em quebra-molas”, diz Renner.
Para ele, esse tipo de obstáculo prejudica a trafegabilidade. “Tem engarrafamentos na cidade que são causados devido aos quebra-molas.”
Saiba mais
A instalação de lombadas eletrônicas em Lajeado começou em 2002, durante o governo de Cláudio Schumacher. Eram 42 pontos pelo município. Uma lei federal passou a obrigar que o custo das estruturas dos equipamentos fosse arcado pelo poder público. Isso fez com que se reduzissem os pontos de fiscalização.
Anos mais tarde, uma investigação sobre suspeitas de irregularidades nos contratos com a Kopp Tecnologia fez com que o contrato com Lajeado não fosse renovado. Com isso, os equipamentos foram retirados. Desde 2014, não há equipamentos eletrônicos para controle de velocidade nas vias da cidade.
Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br
