Insegurança no Legislativo

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Insegurança no Legislativo

A onda de furtos dentro da casa do povo lajeadense beira ao absurdo. A falta de segurança no prédio do Legislativo é só mais um capítulo da fatigante novela sobre a nova sede dos vereadores. O espaço atual é impróprio, todos sabem. Mas poucos sabiam que, além de inadequado, o local é incapaz de garantir um ambiente minimamente seguro para o trabalho dos parlamentares, assessores e, claro, para bem receber a comunidade. Algo precisa ser feito!
Notícia publicada na semana passada comprovou o devaneio. Ao menos três celulares de assessores foram furtados de dentro da câmara só neste ano. Pior. Estavam dentro dos gabinetes dos vereadores. O fato é tragicômico. A insegurança que persegue a todos os brasileiros não tem limites. Ninguém está seguro. Nenhum local nos garante segurança. Nem mesmo o ambiente de trabalho de nossos legisladores.
Já passou a hora de realocar a sede da câmara para um local decente. Nada contra o prédio em si, mas tudo contra o improviso em que trabalham parlamentares e assessores. Claro, o número de CCs lá dentro poderia ser beeeeem menor. Deveria, na verdade. Mas isso é outra conversa. Já que lá estão, merecem trabalhar em segurança. Todos nós merecemos, “ora, pois”.
O ano de 2018 está acabando. Não há mais tempo para o atual presidente definir tal assunto. Aliás, nenhum presidente definiu nas últimas décadas. E quem tentou ir mais além foi impedido pela Justiça. E quem fez barulho junto à Justiça pouco faz para ir além. É uma roda-gigante andando ao avesso. Enquanto isso, funcionários são furtados lá dentro…
A proposta de criar um concurso entre estudantes da Univates parecia um grande avanço. O projeto arquitetônico criado a partir da concorrência leal entre universitários, porém, terá pouca ou nenhuma efetividade caso o próximo presidente indique outro local que não o terreno da antiga Praça Mário Lampert. Quem vai bater o martelo?
[bloco 1]
Diante da falta de recursos públicos e da iminente necessidade de investir em outras áreas mais emergenciais, é óbvio que não podemos e tampouco devemos gastar uma babilônia em reais com a sede da câmara. Mas há maneiras mais criativas para tal. A permuta de áreas públicas – Lajeado tem mais de meio bilhão de reais em imóveis – em troca da construção é uma dessas e inclusive foi uma das propostas do atual presidente, aparentemente deixada de lado.
Mas é preciso ir adiante. Se para muitos a construção de um novo prédio para a câmara é algo inexpressivo, que se faça mais. Criamos então um novo prédio multifuncional. Com espaços para módulos de startups, com salas de co-working, teatro municipal, incubadoras e aceleradoras públicas. Até uma nova biblioteca. Uma solução público-privada. Para monetizar o que aparentemente só gera custos ao contribuinte.
Com criatividade é possível sim criar um ambiente político e econômico robusto. Autossustentável. Multifuncional. Para todos. E, se for possível, de frente para o Rio Taquari.


Chuvisco na fogueira

O prefeito de Estrela estuda tombar parte do complexo da Polar. Admite, enfim, se tratar de um Patrimônio Histórico e Cultural da cidade. Mas a notícia está mais para um chuvisco na fogueira. Ao demolir a parte mais nobre, em frente à escadaria, transformará o ponto turístico em ponto para viaturas da Susepe. E para quem acredita que um Fórum traz desenvolvimento ao entorno, sugiro uma visita ao Fórum de Lajeado. E isso não é uma crítica ao Judiciário lajeadense. Afinal, estruturas assim precisam mesmo de locais mais discretos.


Corredor Tecnológico

Já na outra margem do rio, o governo de Lajeado insiste na criação do Corredor Tecnológico nas vias próximas ao Taquari, cartão- postal da cidade. Acerta em cheio ao propor a revitalização e ocupação de prédios antigos para o desenvolvimento econômico-social e, da mesma forma, ao incentivar novas construções nesse mesmo sentido. Uma pena que administrações anteriores, até mesmo do PP, deixaram ruir determinados patrimônios. Por sorte, ainda restam muitos. Inclusive nas proximidades da já tombada Casa de Cultura.


Tiro curto

– Em Lajeado, o vereador Waldir Blau (MDB) deve concorrer à presidência da Avat;
– Ainda em Lajeado, Douglas Sandri gostaria de voltar ao governo municipal, mas estuda outros projetos pessoais. Não será como deputado estadual. Conforme estatuto do Novo, os dois parlamentares eleitos não podem aceitar cargos em governos de partidos não coligados. Portanto, não há chance para o suplente. Sendo assim, o destino dele pode ser Brasília;
– Em Bom Retiro do Sul, vereadores cobram, com razão, mais detalhes sobre o turno único;
– O jornalista Adriano Mazzarino publica que Enio Bacci (PDT), entrando no PTB, poderia assumir a chefia do Detran no governo de Eduardo Leite (PSDB). Outras fontes ventilam a EGR. Só o tempo dirá;
– Sobre Eduardo Leite, qual será a posição dele – depois de eleito – acerca da possibilidade de vender o Banrisul?
– Na câmara de Encantado, Luciano Moresco (PT) pode ser o novo presidente. Já em Estrela, reunião entre PTB, PSB, PSDB e MDB ocorreu nessa terça-feira, na casa de Elmar Schneider;
– Também em Estrela, Hélio Musskopf e Leonildo Mariani parecem dispostos a voltar ao protagonismo político municipal. Aguardemos;
– Excelente proposta do governo de Lajeado a inclusão de um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) no novo Plano Diretor. Quem chiar muito é porque despreza a qualidade de vida do próximo e pensa apenas no próprio bolso. Ou umbigo;

Boa quinta-feira a todos!

“O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes.”
Albert Einstein

 

Acompanhe
nossas
redes sociais