Faltando um mês para a principal data do ano, o comércio se movimenta para aproveitar as vendas de Natal. Em uma loja de roupas no centro da cidade, os preparativos já começaram. O estabelecimento abriu quatro vagas temporárias, ampliou o estoque e prepara uma decoração especial.
A meta é vender 15% a mais do que no mesmo período do ano passado. “Tendo o produto que o cliente procura, com facilidade no pagamento e um bom atendimento, ele vai vir comprar”, afirma a gerente de uma loja na rua Júlio de Castilhos, Tatiana Feliceti.
A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Lajeado é de um crescimento tímido, entre 4 e 5% em relação a 2017. Ainda assim, o presidente da entidade, Heinz Rockenbach percebe um ambiente mais otimista entre os lojistas. “Conversando com os colegas, a gente sente que estão mais animados. Aos poucos a economia está voltando a crescer”, diz.
Em busca da efetivação
Duas vagas para operador de caixa já foram preenchidas. Vanderléia Fank começou ontem em uma destas vagas. Após quatro anos trabalhando em um supermercado, ela pediu demissão e ficou poucos dias fora do mercado de trabalho. Três dias após a entrevista, recebeu a confirmação.
No emprego anterior, começou como operadora, passou a fiscal e chegou a líder de setor. Agora o objetivo é a efetivação no novo emprego. “Vou me esforçar, mostrar meu serviço, atender bem os clientes porque isso contribui bastante para a efetivação”, afirma.
O estabelecimento busca agora dois funcionários para as funções auxiliar e fiscal de loja. De acordo com pesquisa divulgada pela Fecomércio, o setor é o que mais contrata trabalhadores temporários, respondendo por 46,6% das vagas.
Período mais curto
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta que a data movimente no país R$ 34,5 bilhões, um aumento de 2,8% em relação ao ano passado. A previsão de contratação de trabalhadores temporários aumentou de 72,7 mil para 76,5 mil vagas.
Os segmentos de vestuário e calçados oferecem a maior quantidade de vagas (49,6 mil vagas), seguidos por hiper e supermercados (14,1 mil) e pelas lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (8,9 mil).
O chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, explica que o período de contratações temporárias está mais curto nos últimos anos. “Embora a temporada de contratações no varejo costume ocorrer entre os meses de setembro e dezembro, o agravamento da crise vivida pelo setor nos últimos anos provocou um ‘efeito adiamento’ na demanda por trabalhadores”.
Desde 2015, há uma maior concentração das contratações no mês de dezembro. As vagas preenchidas entre setembro e outubro caíram de 24 para 14%. No mesmo período, o Mês de dezembro, que respondia por 14%, passou a concentrar 26%.
Vagas para vendas
Pesquisa divulgada pela Fecomércio-RS indica que as contratações vão aumentar em 33,1% a força de trabalho das empresas gaúchas. A entidade ouviu 384 estabelecimentos do varejo, em Porto Alegre, Santa Maria, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas.
As áreas com mais oportunidades são as de vendas e comercial, com 87,8% das vagas. Em seguida vem a função de caixa e crediário (20,8%). Os estabelecimentos consultados pela entidade acreditam que 29,4% dos trabalhadores contratados como temporários possui chance de efetivação após o final de seu contrato.
Matheus Chaparini: matheus@jornalahora.inf.br