“Nunca vou parar de fazer circo”

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“Nunca vou parar de fazer circo”

Com uma jornada de 50 anos de picadeiro, Adão Fermino, 73, também é conhecido como o “palhaço linguiça” do Circo Metropolitano. • Como começou tua carreira no circo? Sou natural de São Paulo. Com 14 anos peguei um saco, coloquei…

“Nunca vou parar de fazer circo”

Com uma jornada de 50 anos de picadeiro, Adão Fermino, 73, também é conhecido como o “palhaço linguiça” do Circo Metropolitano.
• Como começou tua carreira no circo?
Sou natural de São Paulo. Com 14 anos peguei um saco, coloquei um monte de roupa dentro e saí de casa. Desde então, posso afirmar que já trabalhei com todas as etnias. Por todo lugar onde passei, sempre fiz boa relação com meus chefes. Quando fiz 17 anos, pouco depois de me alistar no Exército Brasileiro, vi um anúncio num circo que estavam precisando de gente para trabalhar. Acompanhado de mais dois amigos, achamos que seria uma oportunidade de nos darmos bem com as mulheres.
• E deu certo?
Naquele tempo as mulheres adoravam homens de circo, hoje elas fogem. Comecei ajudando na montagem do picadeiro. Assim que ganhei confiança do patrão, comecei a rodar no globo da morte. Em seguida, comecei a me exercitar no trapézio e assim que deu uma brecha, tomei o lugar oficial de trapezista e com o passar dos anos, fui fazendo outras coisas. Hoje sou locutor e o palhaço linguiça. No circo construí minha família que hoje me acompanha em todas as viagens pelo estado. Conheço quase todas as cidades gaúchas.
• Tua carreira circense começou com o famoso empresário do Teixeirinha, Joel de Queiroz. Como foi tua relação com este artista?
Quando cheguei no sul, o Teixeirinha estava lançando o filme “Coração de Luto”, em 1960. Assim que conheceu o circo, sugeriu o nome de Metropolitano. Aceitamos a ideia. Participamos de alguns filmes dele, inclusive. Ficamos tão amigos que o Teixeirinha me emprestava o seu carro.
• Por falar em carro, sempre que vocês passam pelas cidades onde fazem espetáculos, uma Hilux passa fazendo propagando dizendo que o “Circo Metropolitano é shooow”. Por que vocês escolhem um carro tão imponente para o “marketing” do circo?
Comecei fazendo isso num Corcel, depois com uma Fiorino e até mesmo com um Maverick. Naquela época as pessoas não davam bolas para carro. Hoje em dia se você fizer propaganda num carro velho ou feio, o pessoal não vai no circo. Devem pensar, “se o carro não presta, o circo também não presta”.
• O que significa viver do circo para você?
É muito bom viver na estrada. Quando estamos num lugar, já ficamos pensando em como que vai ser a próxima viagem, os lugares que vamos conhecer e o público que vai nos assistir. Pra mim, viver do circo é tudo. Nunca vou parar de fazer circo.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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