Com a chegada do Natal, o auxiliar técnico da Corsan, Sérgio Ricardo, 54, deixa a barba crescer e se transforma no personagem preferido pelas crianças.
• Como surgiu a ideia de ser Papai Noel?
Faz dez anos. Eu morava em Cachoeira do Sul. Em um 20 de setembro um colega de trabalho me sugeriu que eu deixasse a barba crescer para ser Papai Noel e doar brinquedos a duas creches naquela cidade. Desde aquele momento, percebi a importância do Natal de uma forma diferente. Além da confraternização, passei a ser responsável por ouvir os sonhos das crianças e os pedidos genuínos que elas fazem nesta data – tais como felicidade, paz e até mesmo “livros”.
• O que é necessário para ser um bom Papai Noel?
Barriga, barba de verdade e gostar de crianças. É muito gratificante ver o brilho nos olhos delas. Os sonhos e fantasias que as crianças têm com o Natal é algo muito bonito. Tem crianças que quando vão falar comigo, algumas, não acreditam mais em Papai Noel. Aí digo, “Puxa minha barba, segura minha mão e olha minha barriga”. Natal é época de deixar as crianças serem crianças. Nossos sonhos são muito mais materiais do que os deles. Quanto mais preservamos esse espírito nas crianças, melhor. Muitos da minha geração tiveram que pular esta fase tão doce da vida e foram crianças-adultos.
• Diferente do Polo Norte, o Natal na região é mercado pelo calor. Quais os desafios de ser Papai Noel?
A gente sempre torce para ter ar-condicionado e ventilador onde vamos ser Papai Noel. Hoje já tem tecidos mais refrescantes, mas realmente é muito calor usar a roupa. Para que eu fique mais parecido com o Papai Noel, todo 20 de setembro paro de fazer a barba até que passe o Natal. Ao longo do ano, minha esposa não gosta que use barba. Ser Papai Noel é saber ouvir o que as crianças têm a dizer. Tem aquelas que chegam de braços abertos e aquelas que te questionam. No início, eu ficava nervoso, mas agora já me sinto um Papai Noel experiente e já sei o que e como falar com elas.
• O que mudou no seu Natal
Com a perda dos meus pais, o Natal ficou um pouco mais endurecido para mim. Agora, sendo Papai Noel, falo com crianças, reforço suas esperanças e ajudo a concretizar esses sonhos. Sinto que, de alguma forma, eu ajudo a transformar o Natal delas em algo melhor. Me sinto muito importante por isso.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br