“Se criou um ambiente favorável para os negócios”

Vale do Taquari - menos público e mais vendas

“Se criou um ambiente favorável para os negócios”

Presidente da Expovale, Valmor Scapini comemora o saldo da feira. Entre vendas e prospecções, resultado foi de R$ 57,1 milhões

“Se criou um ambiente favorável para os negócios”
Vale do Taquari

O otimismo com a economia nacional voltou ao mundo dos negócios. Esse é o sentimento dos expositores da Expovale 2018 e que ficou claro também na apresentação prévia dos resultados da feira, no fim da tarde desse domingo, no espaço Mundo Cooperativo. Pensada a partir do viés econômico, a organização do evento concentrou esforços nos negócios, na busca pela inovação, pela tecnologia e pela qualificação do empreendedorismo.

Com um dia a menos do que a edição de 2016, a feira deste ano não atingiu o público da anterior. Naquele ano, mais de 112 mil visitantes estiveram no Parque do Imigrante. No evento que terminou nesse domingo, foram em 87,5 mil pessoas em nove dias. “Decidimos repensar a feira e garantir um ambiente propício para os negócios. ”, ressalta o presidente da Expovale, Valmor Scapini.

Se por um lado houve redução de público, o objetivo de criar um ambiente favorável às vendas foi alcançado. Há dois anos, os negócios (entre consolidados e prospecções) geraram R$ 33 milhões em nove dias. Na edição 2018, segundo levantamento preliminar feito com os 300 expositores, esse valor superou R$ 57 milhões, um avanço de 73%.

Fabiano Demarchi

Entre as empresas que comemoram bons resultados, está a Comercial Aquatelha, de Lajeado. Conforme o proprietário, Fabiano Demarchi, durante a Expovale, foram vendidas 20 piscinas. “Durante a feira, a equipe foi na casa dos clientes para já iniciar o projeto para instalação”, relata.

Com um histórico de oito participações na Expovale, Demarchi afirma que a feira foi importante por impulsionar os negócios no fim do ano. Para ele, esse resultado está ligado à volta do otimismo pós-eleições.

Tendência mundial

Esse sentimento de que o pior da recessão nacional ficou para trás também impactou sobre a empresa Energia Própria, de Isaque Kraemer e Guederson Maciel. A organização atua em projetos e venda de soluções energéticas renováveis. “No mínimo, assinamos dez contratos”, conta Maciel. De acordo com ele, as equipes saíram da Expovale com um cronograma de projetos para instalação de placas fotovoltaicas pronto.

No espaço destinado aos implementos agrícolas, o vendedor da Samaq, Jair Sulzbach, também confirma o momento favorável. Foram pelo menos seis tratores vendidos nos oito dias de feira. “Penso que há dois motivos, o primeiro ligado ao otimismo dos clientes com a retomada da economia e o outro, às safras de grãos.”

Os produtores rurais de Garibaldi, Ari Bortolini e Lucindo Calescura, visitaram a feira nesse domingo. No estande da Samaq, confirmaram que nos últimos dois anos a lavoura de milho garantiu a sobrevivência no campo. “Temos de ter persistência. Em um ano, passaremos por dificuldade, mas isso vai passar”, ensina Bortolini.

Produtores de Garibaldi, Bortoli e Lucindo aprovaram as ofertas da feira

Produtores de Garibaldi, Bortoli e Lucindo aprovaram as ofertas da feira

Resultado positivo

Para Scapini, a Expovale marca um novo formato de evento. Com o olhar voltado aos empreendedores, acredita, se consolida o propósito de direcionar o evento para os negócios. “Nosso objetivo foi direcionado para dar visibilidade a todos os segmentos da região, ao conhecimento, à tecnologia e à inovação. Fizemos isso sem esquecer o lazer e a diversão. Recebemos críticas pela falta de shows nacionais, mas foi uma decisão para não colocar o evento em risco.”

Segundo ele, o público que compareceu entendeu o formato do evento e foi ao parque com interesse em fechar negócios. “Percebemos isso nas visitas aos pavilhões. Os expositores estavam felizes, leves. Se criou um ambiente muito favorável e com resultados financeiros positivos.”

No encerramento da feira, Scapini enalteceu a dedicação dos envolvidos na organização. Agradeceu os patrocinadores e os expositores. Também elogiou o governo municipal pelo preparo do Parque do Imigrante e pela construção do novo pórtico. Fez referência à atuação dos voluntários e das corporações, como BM, PC e bombeiros. Também destacou o trabalho do Departamento de Trânsito, na organização do acesso ao parque.

Entre vendas confirmadas e prospecções, o evento deste ano resultou em R$ 57,1 milhões. Resultado consolida proposta da organização de transformar evento em uma feira de negócios

Entre vendas confirmadas e prospecções, o evento deste ano resultou em R$ 57,1 milhões. Resultado consolida proposta da organização de transformar evento em uma feira de negócios

Marcas da feira

Na despedida da feira, o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, ressaltou os avanços e parcerias firmados durante os oito dias de evento. Segundo ele, a assinatura do termo de cooperação entre Dália Alimentos e Languiru (confirmado no primeiro sábado da exposição) será lembrada no futuro. “Quando olharmos para trás, vamos falar dessa Expovale.”

Caumo também abordou a confirmação do Centro Integrado de Operações. No dia 13, em assembleia da Amvat, foi oficializada parceria entre instituições para investir no cercamento digital da região. “Se trata de um avanço para garantir mais segurança à região”, sustenta o prefeito.

“A feira foi um sucesso”

Para a presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Aline Eggers, os indicativos de negócios e prospecções dão base para afirmar: “A feira foi um sucesso.” Segundo ela, o propósito da Acil é defender os interesses dos empresários e também o desenvolvimento regional. “As empresas são as propulsoras da região. São responsáveis pelo emprego, pela renda e pelo avanço do Vale do Taquari e a feira mostrou essa força.”

Irno Pretto

Cooperativismo veio para ficar

Integrante do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Irno Pretto, enalteceu o perfil cooperativo do Vale do Taquari.

Pela primeira vez, foi destinado um local às cooperativas. Em 13 estandes, o público pôde conhecer detalhes acerca dos diferentes campos de atuação desse tipo de organização. No espaço Mundo Cooperativo, diz, pode-se confirmar a representatividade do sistema na sociedade regional. “Viemos para ficar. Nossas cooperativas estão presentes na comunidade regional e precisam estar na Expovale.”

Para Pretto, nesta edição, a feira se abriu para o Vale. “Deixou de ser um evento de Lajeado para ser uma amostra do potencial de toda a nossa região. Isso não se pode perder. A Expovale precisa ser uma ferramenta de integração regional. Assim todos vão crescer”, aposta.

Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br

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