Após três anos de funcionamento, a única unidade da Laticínios Frizzo no Vale do Taquari anunciou o encerramento das atividades. A decisão foi comunicada na semana passada aos 22 funcionários da empresa em Paverama. Conforme a direção, o enfraquecimento do setor leiteiro foi o principal motivo para o fechamento.
De acordo com o gerente industrial da empresa, Mateus Nhoatto, entre os fatores para o fim das operações, está o fechamento, em julho de 2017, de um posto de resfriamento em Tapera, no noroeste gaúcho, que abastecia a unidade no Vale. Na época, houve demissão em massa e a produção precisou ser interrompida.
Apenas um grupo restrito de trabalhadores foi mantido para a manutenção da planta industrial de Paverama. Até outubro, a unidade ainda fabricava achocolatados. Por mais de um ano, a empresa tentou se recuperar, mas a crise da cadeia do leite e as dificuldades do mercado inviabilizaram a reativação plena da unidade.
“Estávamos na expectativa de que o mercado reagisse, mas isso não se concretizou. O segmento atravessa uma crise muito grande, bem como a economia em geral”, avalia Nhoatto. Segundo ele, a importação de produtos lácteos também prejudica as empresas locais e inviabilizou a ampliação dos negócios.
Nhoatto salienta que tanto a administração como os funcionários de Paverama sempre foram muito empenhados e comprometidos com a empresa. “Não temos nenhuma queixa a fazer. Não era o nosso intuito, foi uma decisão muito difícil, mas fomos forçados a encerrar os trabalhos para poder priorizar outras atividades mais lucrativas”, destaca.
Com 30 anos no mercado, a Frizzo segue em atividade em Pinhal e Planalto, na região do Médio Alto Uruguai, com cerca de 290 funcionários. Durante o período em que funcionou em Paverama, a unidade teve mais de 70 trabalhadores no auge da produção. A empresa produz leite e derivados e pretendia trabalhar com leite UHT, mas abdicou do plano devido às dificuldades do mercado.
“Uma pena”
Por mais de dois anos, José Lucas Jantch trabalhou como pasteurizador na filial de Paverama. Segundo ele, a notícia sobre o encerramento das atividades já era aguardada pelos funcionários. Faz cerca de um mês, o trabalho se resumia em comparecer à unidade por algumas horas para manter o espaço limpo e organizado.
Apesar da perda do emprego, Jantch avalia como positivo o período que integrou a equipe. Lamenta o fechamento e destaca que todos os compromissos salariais e direitos trabalhistas foram honrados pela direção.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br
