Mais importante do que crescer é evoluir, ouve-se faz tempo. O fechamento dos números da Expovale 2018 confirma avanços importantes. O primeiro é a evolução dos negócios feitos e/ou prospectados. 73% a mais em relação à feira de 2016. Evidente que o número de visitantes é uma variável fundamental para garantir o sucesso de um evento, mas no caso da Expovale não é o mais importante. Ao menos neste momento. A diminuição do público que frequentou o parque nesses nove dias não mancha ou diminui os relevantes conceitos e acertos registrados na edição que encerrou nesse domingo.
Valmor Scapini (foto) foi um presidente atuante, estratégico e entusiasta. Mas não condescendente. Fez observações e alertas inteligentes sobre o futuro da feira e sobre os desafios de torná-la a terceira maior exposição multissetorial do estado. “Não podemos mais insistir em puxadinhos e improvisos. Temos que decidir que tipo de Expovale queremos. E temos que pensar grande. Do contrário, estagnaremos.” Dado o recado.
Nota 7
Na saída do parque do Imigrante, às 17h desse domingo, encontramos Paulo Pohl, diretor da Imojel, empresário visionário e entusiasta com a região dos Vales. Perguntamos:
Paulão, de 1 a 10, qual nota para a Expovale deste ano?
“Sete. A feira foi boa. Está despertando e se tornando uma feira de negócios. Vem evoluindo bem. Cria um conceito a partir das cooperativas. Acho que só faltou um show de maior expressão, para um público um pouco mais exigente. Mas acho que está no caminho.”
Bafo na nuca da OCERGS
A participação das 13 cooperativas na Expovale, formando o Mundo Cooperativo, se deve muito ao apoio da Ocergs. Dado o sucesso da iniciativa, já começaram tratativas para construir estrutura definitiva dentro do Parque do Imigrante, a fim de abrigar o espaço nas próximas edições.
O assunto foi debatido, oficialmente, entre líderes das cooperativas na sexta-feira, 16, antes do lançamento da Revista Valores e do reposicionamento do A Hora enquanto Grupo. As cooperativas do Vale querem que a Ocergs “banque” o investimento, a exemplo do que foi feito em outros parques de exposições no RS. Dinheiro ela tem.
A tarefa de intermediar o assunto dentro da instituição ficou com Irno Pretto, que teve papel expressivo e decisivo na realização do Mundo Cooperativo 2018. Não restam dúvidas que esse foi o maior acerto da Expovale.
O Parque do Imigrante tem espaço disponível para receber uma estrutura fixa. Além da Expovale, ele poderia ser local de eventos, seminários e outros ao longo de todo o ano. O cooperativismo do Vale do Taquari é legítimo para reivindicar o investimento da Ocergs.
Bolsonaro, olhai por nós
Se fosse hoje, a Multifeira não poderia ser realizada no Porto de Estrela.
Explico. O Estado devolveu a gestão do porto à União. O município tenta municipalizar, e faz tempo, a estrutura ociosa. Uma vez de posse, o governo municipal poderia iniciar um processo de privatização e melhor aproveitamento do espaço.
Enquanto uma e nem outra coisa acontece, o porto tem servido – e muito bem – para a realização da principal exposição de Estrela, a Multifeira.
Ocorre, e aí vem o problema, que a União, por meio do atual presidente Michel Temer, envolvido em denúncias sobre maracutaias no Porto de Santos, não assinou mais nada sobre portos. Diante disso, o município de Estrela está impedido de fazer qualquer promoção na região portuária.
A burocracia e correria já foi grande em 2017, quando a decisão de ceder os espaços ainda cabia ao Estado. Agora, a comissão organizadora, presidida pelo empresário Henrique Purper, depende da assinatura do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Sem o aval do governo federal, a Multifeira não ocorre no porto. Trata-se de uma corrida contra o tempo. A feira está marcada, com espaços já vendidos, para 6 a 9 de setembro de 2019.
Solução está próxima
Após a reportagem do A Hora, publicada em 15 de setembro (ao lado), sobre o avanço desenfreado da Vila dos Papeleiros, às margens da ERS-130, em Lajeado, líderes de instituições públicas endossaram movimento para resolver o impasse. Administração municipal, promotoria pública e EGR estão próximos de conseguir um denominador comum para retirar as 20 famílias daquela área degradante.
A ideia é realocá-las em outro espaço, e imediatamente, abrir uma rua lateral à rodovia, já com projeto finalizado. Resolver essa situação é imperioso para evitar um problema irremediável logo ali na frente.