Fabian Trindade, 41, e outros 26 moradores do bairro Floresta já moveram ações na Justiça contra a Corsan em 2017 solicitando a regularização de falhas no abastecimento de água. O problema persiste, situação que faz Trindade mobilizar a população novamente.
Agora, além da comunidade do Floresta, a ação coletiva deve reunir também descontentes com o serviço de água no Jardim do Cedro. “Imagino ter, pelo menos, 50 assinaturas nessa ação coletiva”, estima Trindade.
O estopim para a reação popular aconteceu no fim de semana passado, quando moradores dos bairros Floresta e Jardim do Cedro ficaram cerca de 48 horas sem água.
Simone é uma das moradoras que sofre com o desabastecimento. Em dias de falta, precisa ir à casa de parentes para conseguir água
Na segunda-feira, 11, Trindade e o vereador Carlos Ranzi levaram a situação ao Executivo. Uma reunião com o prefeito Marcelo Caumo deve ocorrer na próxima semana.
Ranzi também foi a Porto Alegre solicitar apoio do deputado Edson Brum para a resolução do problema. “A Corsan argumenta que acontece quando falta energia elétrica para bombear a água. Queremos fazer um estudo para ver uma resolução para essa queda de energia”, relata.
Em reunião com o superintendente da Corsan, André Finamori, o vereador entregou um pedido para que a companhia instale reservatórios para garantir quatro horas de abastecimento após as quedas de luz. Também estiveram na comitiva os vereadores Antônio Marcos Schefer e Waldir Blau.
Problemas recorrentes
No bairro Floresta, as casas da rua Henrique Diedrich e transversais estão no fim da rede de abastecimento e são as mais afetadas pela falta de água. O problema costuma se intensificar no verão.
Moradora do Floresta, Lovaine Paulus
“Chego em casa de madrugada e nem sempre tem água para tomar banho”, comenta Simone da Silva de Oliveira, 31, moradora da rua Farrapos. Quando não há abastecimento por mais dias, ela vai até a casa da mãe para conseguir água para o consumo familiar.
A vizinha Lovaine Paulus, 44, tem um estabelecimento comercial na residência e fala da impossibilidade de trabalhar nos dias sem água. “Preciso ir incomodar outras pessoas para conseguir água ou ficar sem trabalhar”, lamenta.
No Jardim do Cedro, Arnildo Ribeiro, 58, também é afetado pela falta de abastecimento. “Moro faz mais de 20 anos aqui e sempre existiu o problema. Imagina ficar um dia sem água no calor deste verão”, se queixa.
O que diz a Corsan
Gestor substituto da Corsan, Gerson Haas esclarece que o problema registrado no fim de semana aconteceu devido uma queda de energia no sexto recalque. O sistema que leva água até outro estágio ficou mais de uma hora parado, provocando assim o esvaziamento das redes. O calor fez com que o serviço de abastecimento das redes demorasse ainda mais.
Trindade mobiliza comunidades para uma ação coletiva na Justiça
Conforme Haas, os problemas de abastecimento podem acontecer toda a vez que falta energia em um dos equipamentos da Corsan ou quando são registrados vazamentos na rede.
Haas cita ainda problemas na caixa d’água instalada na rua Arnaldo Sbaraini. Ela tem vazamentos e está operando com 200 metros cúbicos, mas a capacidade total é 500 metros cúbicos. “No fim de semana, registramos uma situação anormal. Mas nos demais dias, mesmo com o reservatório não funcionando em condições plenas, o sistema funciona”, destaca.
Embora, a caixa d’água esteja sendo utilizada faz cerca de um ano, Haas informa que a estrutura ainda não foi entregue para a Corsan e restam melhorias a serem feitas pela empresa responsável pela obra.
Fábio Kuhn: fabiokuhn@jornalahora.inf.br
