A assinatura do termo de cooperação técnica para a construção do Centro Integrado de Operações Regional (Ciops) marcou ontem a assembleia geral da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). A reunião ocorreu em meio à programação da 21ª Expovale, no Parque do Imigrante, em Lajeado.
A unidade regional ficará responsável pelo monitoramento eletrônico do Vale, bem como pelo comando de estratégias conjuntas de segurança pública. A construção será viabilizada por meio de parceria entre o Ministério Público (MP), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Associação Lajeadense Pró-segurança Pública (Alsepro).
Orçado em cerca de R$ 1,4 milhão, o complexo deve começar a ser construído ainda este ano. A central ficará junto à sede do 22º Batalhão da Polícia Militar. A perspectiva é que as operações iniciem no primeiro semestre de 2019. O prédio terá três andares, com salas de videomonitoramento e reuniões, garagem e alojamento.
A verba é proveniente do fundo do MPT, formado por recursos de multas, ajustamentos de conduta e recursos adquiridos em ações trabalhistas. A aplicação do valor no projeto na área de segurança é uma indicação do MP. O valor será transferido para a Alsepro.
“Legado da Amvat”
A implantação do Ciops integra a estratégia de cercamento eletrônico do governo do Estado por meio do Sistema de Segurança Integrada com os Municípios (SIM). Lajeado é uma das 25 cidades que terão unidades regionais. O plano é articular todos os sistemas locais de vigilância por câmeras com a cúpula estadual da segurança, na capital.
A atividade reuniu cerca de 20 prefeitos, promotores de Justiça e representantes das forças de segurança. Participaram o procurador-geral de Justiça do RS, Fabiano Dallazen, o procurador do Trabalho do MPT em Santa Cruz do Sul, Márcio Dutra da Costa, o promotor Carlos Fiorioli e a vice-presidente da Alsepro, Prisciana Weirich.
A reunião foi coordenada pelo prefeito Marcelo Caumo, presidente da Amvat. Segundo ele, o ato simbolizou a união entre as instituições em benefício de um projeto maior, com grande impacto para o Vale. “Este projeto será um legado do nosso trabalho junto à Amvat e agora cabe a cada administração fazer a sua parte para que todos tenhamos cidades mais seguras”, ressalta.
O procurador-geral de Justiça do RS também destacou a cooperação entre as entidades para o enfrentamento dos problemas de criminalidade. “Sabemos que os recursos são escassos, então, aproveitam-se valores resultantes de atos ilícitos praticados contra a própria sociedade, na relação do trabalho, que retornam para a comunidade na forma de investimentos”, afirma Dallazen.
Lajeado na vanguarda
Outro momento importante da reunião da Amvat foi o anúncio da ampliação e aprimoramento do sistema municipal de vigilância por meio de câmeras de Lajeado. Conforme o secretário de Segurança Pública, Paulo Locatelli, a cidade deixa de ter apenas o videomonitoramento e passará a contar com o cercamento eletrônico.
Com perspectiva de iniciar a operar em até 90 dias, o sistema foi apresentado como pioneiro no RS, pois será articulado a um software de inteligência e análise comportamental de carros. A tecnologia identifica placas de veículos em situação suspeita que ingressam na cidade e cruza os dados da Brigada Militar e Polícia Civil.
O incremento também consiste na aquisição de 20 novas câmeras, além de 12 faixas de leitura de placas. Contratados da DGT – empresa responsável pelo videomonitoramento de Estrela –, os aparelhos serão somadas as 24 lentes já em operação no município.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br