A população vê atônita o avanço da criminalidade. Os números de homicídios, ataques a banco e assaltos expõem a fragilidade de um sistema negligenciado por muitos anos. A falta de planejamento eficaz da gestão pública fortaleceu os poderes paralelos.
O crime tomou conta das ruas e, infelizmente, trabalha de forma mais organizada do que o próprio Estado de Direito. Faz tempo, a sociedade clama por medidas mais austeras, mas vê o crime organizado alastrar tentáculos e avançar sobre as cidades do interior.
Diante dessa realidade, o uso da tecnologia surge como alento. A implantação de uma central de inteligência em Lajeado, capaz de reunir informações por meio de um sistema integrado de videomonitoramento, foi decidida ontem à tarde, durante reunião da Amvat. O Ministério Público Estadual repassou cerca R$ 500 mil de recursos provenientes da arrecadação de multas sobre empresas da região, cujo valor financiará a construção do centro de inteligência.
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Ainda que oferecer segurança aos cidadãos seja obrigação do Estado, tem sido unânime a opinião e o desejo dos prefeitos em criar um cercamento eletrônico eficiente, a exemplo do que fez o município de Estrela e recentemente Lajeado. São mais de 20 câmeras em funcionamento 24 horas por dia que captam imagens detalhadas sobre toda movimentação nas ruas da cidade e permitem ações e intervenções imediatas das autoridades policiais.
A ideia, ao criar o centro de inteligência em Lajeado, é que câmeras – de preferência alugadas para se manterem atualizadas – sejam instaladas em todo o território regional, a ponto de se conectarem entre si, com a central regional e também com a central estadual.
Em países desenvolvidos – e em algumas cidades mais adiantadas aqui no Brasil – , o uso de tecnologia e de ferramentas digitais já é uma realidade. Crimes e infrações são elucidadas com rapidez a partir de flagrantes capturados pelas câmeras. Aplicar recursos nessa área não é custo, é investimento na vida dos cidadãos.
O Ministério Público Estadual foi sensível aos apelos dos líderes da região e destinou o recurso que viabiliza o projeto. A implementação dele, criando um grande cercamento eletrônico nas cidades da região, é uma resposta efetiva para deixar o cidadão mais seguro. Frente ao crescimento da violência, ergue-se a necessidade de qualificar a atuação das polícias e, principalmente, investir em sistemas inteligentes. Afinal, o crime organizado não se combate com estratégias amadoras e antigas.
