A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) concedeu as licenças de instalação para a segunda linha de transmissão de energia do Vale do Taquari. Quando concluído, o empreendimento representará o fim da dependência regional em relação à única ligação que tem com o sistema energético nacional.
O licenciamento permite o início da instalação de linhas de transmissão de 47 quilômetros de Lajeado até a subestação de Garibaldi, além de outra ligação de 16,4 quilômetros dentro de Lajeado. Também autoriza a construção da subestação Lajeado 3, na localidade de Costão, no interior de Estrela.
O complexo está a cargo da empresa Vineyars, vinculada à companhia indiana Sterlite Power Grid Venture, vencedora do leilão promovido pela Aneel no ano passado. O prazo estabelecido para o início das operações é até 2022, mas a perspectiva para o término das obras é 2019. Com o projeto executivo pronto, a empresa já adquiriu as áreas e fez as indenizações necessárias.
A única distribuidora que conectará na subestação Lajeado 3 será a Certel. Para o diretor operacional, Ernani Mallmann, a estrutura ampliará a capacidade em 166 megavolts por ano para a região. “No caso de faltar energia por uma das atuais linhas provenientes das subestações do Passo Real ou Nova Santa Rita, haverá continuidade no suprimento de energia ao Vale”, destaca.
Fim da dependência
Antiga reivindicação de líderes locais do setor energético, a nova linha de transmissão para o Vale é planejada faz pelo menos oito anos. Em 2013, a Aneel licitou o projeto, mas a empresa vencedora – MGF Energy – descumpriu os prazos do contrato. Com conclusão prevista para 2016, a obra nem foi iniciada. No ano passado, o Ministério de Minas e Energia cancelou a concessão.
A ligação do Vale do Taquari com o sistema nacional se restringe à rede entre Lajeado e Nova Santa Rita, com capacidade para 320 megawatts (MW). A única linha de transmissão é considerada a principal fragilidade do sistema elétrico da região, visto que opera com demanda energética de 240 MW, próximo ao limite de capacidade.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br