Pela terceira vez consecutiva, Vitória Graffitti, 14, teve uma poesia publicada no livro Os Jovens Poetas de Lajeado. Aluna do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, a jovem foi ao evento de lançamento da 23a edição do livro acompanhada dos pais e do irmão mais novo. “Gosto muito de ler e escrever. A experiência de ter um poema meu eternizado em um livro só incentiva a mim e aos demais jovens a continuarmos apaixonados pelo mundo literário”, comemorou.
Para os pais da estudante, Fabiana Graffiti e Ismael da Chagas, a terceira participação da filha no livro não foi surpresa. “Estamos muito orgulhosos na nossa filha. Ela é um exemplo de que a grande quantidade de tecnologia do dia a dia não é desculpa para se deixar os livros de lado”, diz a mãe.
A solenidade, que ocorreu no Teatro do Colégio Alberto Torres, foi uma realização do Rotary Club Engenho, com patrocínio da Sicoob Meridional e Grupo Estilo Atual e apoio cultural do Grupo A Hora.
O livro deste ano abraçou escolas públicas e privadas, Apae, turmas de educação especial, EJA e alunos do Presídio Estadual de Lajeado, reunindo estudantes de todas as idades e classes sociais. “Nesta edição, participaram 35 escolas, alunos do presídio e Apae, em um total de 211 poesias”, comemora Ronaldo Zarpellon, coordenador do projeto e integrante do Rotary Club.
Conforme Luciani Klamt Valentini, gerente da Sicoob Lajeado, patrocinar o projeto significou efetivar o envolvimento coletivo com a comunidade. “Este projeto envolve vidas, pensamentos, emoções e sonhos, desejamos compartilhar estas obras e criar um círculo de múltiplas conexões junto à comunidade de Lajeado e região e conectá-las ao propósito de nossa cooperativa”, diz.
20 anos de poesia
Participante do projeto faz 20 anos, a professora de Português Anelise Becker, 55, conta que ver seus alunos virando autores e poetas dá um incentivo a mais nas produções em sala de aula. “Essa é uma forma de também reconhecer o esforço dos alunos, dando-lhes um presente que eleva a autoestima e com a vontade de ler e aprender ainda mais”, elogia. De acordo com a professora, o tema livre do livro permite que os alunos se expressem, se sintam ouvidos e ainda se revelem.
Por outro lado, também existem no projeto professores novatos no livro, como Fátima Peres, 46, das séries iniciais. “Este é o segundo ano que meus alunos participam e o livro é uma maneira de também nós professoras nos sentirmos gratificadas e bem-sucedidas ao enxergarmos que o nosso trabalho com os alunos foi tão bom que foi parar em um lindo livro”, se emociona.
Logo no assento de trás, seu jovem aluno, Bryan Schmidt, 9, esperava ansioso para ir ao palco receber o seu exemplar. “Estou bem feliz que acharam meu desenho bonito. Gosto muito das aulas de artes e é legal ver o que a gente fez com alegria em um livro”, fala.
Homenageada
Todos os anos, a coordenação do livro escolhe um professor para homenagear pelos trabalhos prestados. Nesta edição, a professora Cândida Catto foi reconhecida pelo seu trabalho na Apae de Lajeado.
Com a saúde debilitada devido a uma doença respiratória, ela foi representada pela filha Sabrina, que recebeu emocionada a dedicatória. Na cerimônia, Sabrina leu uma carta escrita por Cândida. “Receber reconhecimento do meu trabalho de 45 anos com a educação me deixa feliz, orgulhosa e satisfeita. Agradeço ao Rotary, à Apae, familiares, amigos e colegas de profissão que sabem o quanto é importante transformar a adversidade em aprendizado.”
Victória Lieberknecht: victoria@jornalahora.inf.br
